O Guarda-costas

Capítulo 47 - "Careca"

- Temos que ir! - Adam exclamou.

- Então vamos fazer assim, - meu pai disse controlando a situação - os homens irão na frente e as mulheres atrás. Okay?

- Por mim tudo bem - Samara falou aliviada pela "super proteção".

- Quem vai proteger vocês? - interroguei.

     Ninguém respondeu, me deixando com cara de tacho.

- Vácuo - susurrei frustada.

- Falando nisso, eu tenho uma boa piada sobre esse assunto - Adam me ouviu. - Por que a vaca foi para o espaço?

- Eu não sei, por quê? - perguntou Ruanita franzindo a testa.

- Para se encontrar com o vácuo - respondeu meu guarda-costas.

       Adam e sua irmã riram até chorar. Admito que eu ri internamente, mas não era momento para isso.

- Deixando as piadas sem graça de lado, - Mary sempre sem senso de humor - temos que ir!

- Tá, tá - meu pai já estava ficando fardo da cara de sapo da minha tia, percebo isso através das expressões e caretas de tédio que ele demonstra.

- Esperem um segundo - os parei. - Vocês não estão achando isso tudo muito estranho? - interroguei com voz forte.

- Concordo - afirmou Hard acariciando sua barba.

- Cadê os guardas terroristas? Cadê a proteção de prisões de segurança máxima? - questionei.

      Foi só eu terminar de indagar que apareceu o cara em que o Adam havia tirado a vida. Este homem estava com uma das mãos no ferimento e andava até nós com dificuldade. Congelei, não sabia como reagir! Esse terrorista parou e retirou sua mão do ferimento e apoiou-se na porta para não cair. Com a outra mão ele tirou um controle do bolso da frente e apertou o botão vermelho ( por que o botão sempre tem que ser vermelho? ). Assim que o cara terminou de fazer isto, ele sorriu e caiu no chão morto (pelo menos, eu acho). Um apito começou a soar, um barulho altamente forte, irritante e infernal. Tampei meus ouvidos. Via todos a minha volta correndo para fora da sala empoeirada. Adam me guiou para fora dali.

- Vamos na fé! - um dos gêmeos gritou correndo em disparada na nossa frente.

      Corremos. Meu corpo em adrenalina, minhas pernas ficaram queimando, mas é um preço que se paga por ser sedentária. Minha respiração constante e rápida, me faziam ter pontadas no peito. Paramos em frente a uma porta de aço e nós a abrimos. Prosseguimos pelo percurso até comprir o quê a Ruanita havia informado minutos antes desse desespero. Chegamos ao último portão e o som que nos atormentava parou de repente.

- Oxe - comentei franzindo o cenho.

- O quê será que houve? - perguntou meu pai.

- Não importa! - Mary exclamou limpando o suor da sua testa. - Vamos sair daqui!

- Tá bom - Adam falou abrindo o último obstáculo.

      Saímos receosos. A luz ardeu no nosso rosto, tampei o sol com minha mão e continuei a andar.

- Não tem ninguém aqui - comentou Bene olhando a paisagem.

Fora do presídio, é bem arborizado. Cheio de árvores altas e assustadoras (deixando um ar de filme de terror). Não há exatamente nenhuma casa ou comércio perto desse lugar abandonado! Assim que eu parei de reparar no local, dois soldados saíram por de trás de uma árvore, depois 5 guardas armados apareceram do além túmulo.