Yanka viu o próprio desespero refletidos nos olhos de Eros.
Ela não conseguia entender o porquê Kira havia entrado no conflito, e não fazia ideia do que faria dali pra frente.
- Chame seus homens – Ela falou para Eros.
Como se ele entendesse perfeitamente o que ela queria fazer, Eros fez sinal e a tropa pulou a cerca, para dentro da arena. Pegaram os homens inconscientes e se aglutinaram, uma massa de músculos e machos prontos para se defender.
- Qual a minha chance de rejeitar a liderança da tribo? - Ela perguntou a um Kaiko assombrado.
- Foi a primeira vez que eu vi Kira cair – Ele murmurou. Aparentemente ninguém conseguia acreditar que a inabalável e poderosa Kira poderia ser derrotada algum dia, principalmente por alguém despreparada como Yanka.
- Kaiko – Ela segurou seu braço forte, a urgência em seu olhar.
- Faz parte dos costumes Yanka. Recusar a liderança, seria o mesmo que desafiar os deuses.
A multidão que os assistia começou lentamente a se levantar.
- Eles vão reconhecê-la – Kaiko passou os olhos pelas pessoas, parecendo mais alerta – Se fizerem isso, não tem mais volta, Yanka. Terá que ficar aqui o resto da sua vida. A não ser...
Ela encontrou os olhos escuros de Kaiko. E de repente ela sabia exatamente o que fazer. A solução era... a única coisa das quais os líderes eram proibidos de ter. A única coisa que poderia quebrar o laço de liderança imediatamente, se não os levasse a morte. Era simplesmente... loucura.
- Não pode fazer isso. A tribo leva muito a sério a questão de relacionamento, Yanka. Assumir que tem um parceiro... Parceiros são pessoas descartáveis para líderes e... - Kaiko murmurou, lívido.
- Existe outra forma?
Ele balançou a cabeça, parecendo impotente e nesse momento a multidão começou a clamar.
Yanka encontrou os olhos de Eros. Neles, ela viu o tamanho de sua confiança nela. A espada nas suas mãos era a certeza de que ele mataria e morreria por aquilo que Yanka escolhesse fazer. Uma dúvida rastejou até seu coração, algo que não tinha nada a ver com seu desejo de tirá-los de lá. Com os lábios, ele formou as palavras:
"Faça o que tiver que fazer"
Yanka apertou a funda com força nas mãos e caminhou firmemente até Eros. Com uma calma plena e segura dentro de si, falou:
- Vai me perdoar pelo que eu vou fazer, Yretoo?
Ele ergueu uma sobrancelha.
- Você vai fazer alguma coisa que vai exigir meu perdão, Panemorfi?
Yanka riu, pondo a mão em seu peito e se colocando nas pontas dos pés.
- Espero que se acostume com isso.
E o beijou.
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Yanka sentiu o corpo de Eros se tensionando de surpresa, mas não se importou.
Em um segundo, suas mãos deslizaram pela sua cintura, puxando-a com força contra seu corpo. Desejo e uma fome voraz o fez intensificar o beijo, abrindo a boca de Yanka e fazendo suas línguas dançarem juntas.
Yanka agarrou seus braços como se precisasse de algo que a ancorasse, e se esqueceu momentaneamente da plateia que os assistia boquiaberta.
Se separaram quando alguém bateu no ombro de Yanka. Ela olhou intensamente para Eros, e ele tinha aquele sorriso de canto na boca totalmente beijável, a faísca entre eles aumentando ao ponto de ser difícil desviar o foco um do outro.
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O despertar de Cati
Viễn tưởngYanka estava prestes a virar sacrifício em um vulcão depois que um lunático enfeitiçou sua tribo. Como último recurso para salvar seu povo, Yanka sopra um colar, desesperada por ajuda. Mas a ajuda que ela recebe, vem na forma de um capitão alto, be...