4. Festa à base de guacamole

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A sala do grêmio foi, sem sombra de dúvidas, o lugar mais bonito que eu vi em Global School desde que cheguei ali

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A sala do grêmio foi, sem sombra de dúvidas, o lugar mais bonito que eu vi em Global School desde que cheguei ali. Nem o Anfiteatro da Esfera Azul me surpreendeu tanto pelo tanto de cores na parede e um monte de objetos bonitos e polidos. Além daquelas cadeiras giratórias de cores azul índigo e amarelo solar (tão fofas ITI!), os pufes alinhados na parede que havia a grande janela virada pra vista da floresta, os computadores no modelo branco e com o monitor fino como papel e uma estante de livros novos. OK, foi a coisa que menos chamou minha atenção. Quem disse que eu tenho espírito de porco? Sabe de nada, inocente!

   A galera do grêmio é de boa também. Diretor ONU nomeou Canadá e Austrália como os supervisores gerais dentro do grupo, mas isso não quer dizer necessariamente que eles mandavam mais. No mais, ele passou uma lista enorme do que podíamos e não podíamos fazer ali. Acho que o Áustria foi o único que se deu ao luxo de ler tudo.

   Áustria foi legal comigo, desde que nos juntamos. Me deu uma caneta tinteiro de presente. Sinceramente, não faço a menor ideia do que fazer com isso, mas é um presente de bom gosto, então a última coisa que eu fiz foi ignorar. Ele me emprestou umas roupas também: disse que caberiam bem em mim. Isso até que foi verdade, tirando o fato que o físico dele era diferente do meu um pouco. Mas achei aqueles suéteres e calças muito quentes. Cruz credo!

   Holanda era muito bom com cálculos, eu notei. Ele era bem honesto também: um dia eu deixei meu dinheiro cair no corredor e ele pegou pra me devolver em vez de ficar pra ele. Assim, pode parecer estranho que eu me surpreenda com isso, mas é que... ah, se ele pegasse eu só não ligaria muito. Tá bom que não ia dar pra comprar os salgados que o Argentina me pediu, mas depois eu dava um "jeitinho".

   Né?

   O Bélgica era meio assanhado, vivia falando das meninas da escola. A Albânia foi a única menina aliás que entrou no time. Talvez seja porque a maioria delas não liga muito pra esse tipo de coisa. Por causa disso, acaba que ela as vezes ficava deslocada nos nossos assuntos, claro, quando não estávamos falando sobre o próprio grêmio. Mas ela foi quem mais deu boas ideias pro Festival das Flores. Ah, sim, tem isso também, mas depois eu explico.

   Papua Nova-Guiné era o que menos falava. Em compensação ele fazia um contorcionismo muito bizarro com os braços. Mas ele ajudava e muito com as nossas tarefas: talvez por muita experiência, ele estava na escola há sete anos. Aquele era o último dele, igualmente o... Alemanha.

   Bom, o Canadá era um fofo, resumindo. Não entendo como ele podia ser tão sensível e educado fazendo parte da panelinha do EUA. Ele, Jamaica e México. Às vezes chegava até a ser irritante como ele era gentil com todo mundo. O único problema dele era pensar que Matemática era racista. Vai entender.

   Austrália era um doido de pedra. O regimento interno proibia animais, mas quem disse que ele não tinha? E não era só um não: uma aranha, uma cobra e nem sei mais o que, acho que o outro se chama canguru. O que explica todos aqueles machucados. Um dia literalmente ele estava vendo algo no computador e a cobra Sydney veio e mordeu a mão dele. Saiu um rio de sangue, mas ele só tirou a boca dela dali e limpou como se fosse um arranhão.

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