14. A Lei de Newton

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Quando eu digo que esse internato é de doido, eu não estou brincando

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Quando eu digo que esse internato é de doido, eu não estou brincando. Ao menos, as coisas daqui andam bem de ponta cabeça. E eu posso atestar isso porque, durante uma reunião do corpo docente, o Grêmio Estudantil foi convocado para assistir. E foi lá que qualquer percepção de sanidade que eu tinha dos mestres se esvaiu quase por completo.

    Pra começar, o café não deu pra trinta minutos de reunião. Isso já é bem ruim pra mim. E se mal teve café, a gente já pode chutar que cagou com o resto todo, porque a maioria ainda nem tava acordado direito. Enquanto diretor ONU iniciava a reunião, pude ver M. África com a mão na testa e o cotovelo apoiado na mesa. Seus olhos ameaçavam fechar todo instante; ela só se ajeitou quando Sr. Ásia, ao lado, deixou cair uma caneta.

   E por falar em Sr. Ásia, ele só fez foi ficar roendo unha. Olhei por um segundo pro Canadá e pude ver o rosto de nojo que ele fez.

   Não bastasse tudo isso, o Sol ainda tava se erguendo, o que fazia um dos raios vir bem em cima de mim. Pedi que arrumasse a cortina, mas foi o mesmo que cantar "parabéns" pra parede. E quando o diretor permitiu que o restante tomasse a palavra, virou tudo um fuzuê.

   — Espere um pouco: você quer mesmo que eu acredite que não tem um dedo de envolvimento seu nisso? Oras, faça-me o favor! Muito conveniente a mestra estar justo na SUA sala no momento da explosão!

   — Está insinuando o que acho que está, Sr. Antártica? – Sr. Oceania o imitou e também se levantou, colérico. — Pois quero que saiba onde desejo que você enfie essas suas acusações!

   — Senhores, tem alunos na mesa, por favor! – pediu União Europeia.

   — Pelo visto o senhor não me entendeu por inteiro, então vou dizer em linhas gerais: foi muito conveniente pra você ter pedido pra M. Europa buscar o pacote de clipes de papel na sua sala, poucos segundos antes da explosão. Se não foi você quem implantou lá, então o senhor é um homem deveras descuidado.

   — Meça suas palavras nessa mesa, seu tesoureiro meia-boca!

   — Parem com isso! Qual a parte de "manter a civilidade" que não entenderam? – esbravejou ONU, batendo os punhos na mesa. Papua tremeu de susto. — Vamos começar de novo: o que faremos em relação à M. Europa, agora que suas matérias estão vagas?

   — Vamos colocar os assistentes, eu já disse! – comentou M. América. — Deve haver algum minimamente capacitado nesse lugar. Se os senhores não tivessem começado essa troca de farpas, não teriam se desconcentrado.

   — Vai dizer que a senhora também não desconfia dele, madame?

   — Não é questão disso, Antártica. No momento, a preocupação maior gira em torno da nossa colega de trabalho. É para isso que estamos aqui, e foi para tal que convocamos os garotos. Então que tal mantermos o foco?

   Fez-se silêncio absoluto por quinze segundos. Austrália, que geralmente estaria rindo da situação, se achava austero e pensativo. Devia estar triste pelo sumiço da Adelaide. Essa praga de bicho ainda tava solta por aí. Dizer que ele é um garoto descuidado é pleonasmo.

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