— Eu os trouxe até a Sala Investigativa por outro motivo, e precisava de discrição – explicou M. África, afobada. — Mas precisamos ser rápidos. O diretor ONU não pode...
No mesmo instante, entra o mesmo diretor, o bigode praticamente tremendo. O homem nunca esteve tão nervoso, já chegou arrombando a porta, sem um "com licença". A mestra se petrificou.
— Que balbúrdia atroz, quase sanguinolenta, cometida mais cedo! Como puderam deixar aquela loucura acontecer em pleno Festival? Colegas seus foram para a Enfermaria, sabiam? Alguém poderia ter morrido no incêndio! França quase foi despedaçado!
— Não é pra tanto, diretor! – protestou Austrália, erguendo os braços. — Nem deu pra bater nele direito, quer dizer... esquece, nada não.
— Ignora ele, senhor. – clamou Canadá. — Aquilo foi um incidente tão específico e inesperado que com certeza não vai acontecer de novo. Na próxima vez...
— Não vai ter próxima vez! – berrou, fazendo ambos se tremerem. — Pelo menos, não para vocês dois! Como líderes do grupo vejo o quão incompetentes foram! Não é a primeira gafe que cometem, mas de sorte será a última. Os dois estão fora do Grêmio Estudantil! Repito, fora; não afastados, mas fora mesmo! E tenho dito!
— O quê? O senhor não pode fazer isso! É uma injustiça, a culpa não é nossa se o idiota do França quis envenenar todo mundo! Ah, faça-me o favor, ONU! É por isso que o pessoal...
— Não, Austrália! – gritou Canadá, tocando desesperadamente em seu ombro. — Só vai piorar as coisas! Diretor, entendemos sua posição, porém deve ser considerado que o que houve no Festival das Flores foi algo fora do controle de qualquer um de nós! O senhor poderia repensar a decisão e em vez de nos expulsar, ao menos advertir quem foram os causadores de tudo!
— Nada feito! Estou irredutível! – o diretor então apontou o dedão pra minha fuça. — Você, vai ficar responsável por escalar duas novas pessoas o mais rápido possível! Quero Canadá e Austrália fora do Grêmio antes do início das aulas!
E assim ONU irrompeu sala afora. Apesar de M. África ter tentado, não conseguiu dizer nada a ele antes. Só pôde levar as mãos ao rosto, de modo que não víssemos sua agonia. Austrália ficou "P da vida" e esmurrou a lousa branca, sendo acalmado pelas súplicas de Albânia. Canadá ficou parado no mesmo lugar, em choque. Era perceptível que aquilo o deixou magoado, e parecia querer chorar.
— Calma, amigo, não é o fim do mundo. – eu comentei. Os olhos dele estavam úmidos.
— Nunca ninguém brigou assim comigo, Brasil. Eu sempre fiz as coisas tão certas que os mestres sempre elogiavam. Agora eu fui responsabilizado por um incêndio! Meu pai teria vergonha de mim!
— Não teria, não! Para de falar isso! Você é um aluno exemplar; é o diretor que tá bravo com o incêndio! Eu não culpo ele completamente, porque isso vai deixar a imagem dele mais suja do que já tá!
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Global School
Fanfiction"Estávamos em Global School. Era tudo ou nada agora." O novo ano no colégio interno traz novas figurinhas para o quadro de alunos da prestigiada instituição. Mais de 200 jovens administrados por seis padrinhos e um autoritário diretor impopular...