9. Fantasmas passados

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Se eu quisesse, falava só em russo

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Se eu quisesse, falava só em russo. Não sou obrigado a traduzir tudo para vocês. Mas sou um cara bom, então sente-se e cale a boca.

   Não espere frases longas de mim. A menos que eu decida falar mais. De novo, preste atenção na narração. Qualquer detalhe perdido não será problema meu.

   O restante do meu dia foi horrível, como sempre. Não havia muito o que fazer, já que estava sozinho novamente. Os mestres demoraram meia hora e dois minutos para saírem. As caras não pareciam boas. Mas não deveria ser diferente, depois do que houve.

   Visitei Argentina no quarto dele. Apesar da situação, foi ajudado por Holanda e Bélgica, que estavam do lado. Brasil tinha ido para outro lugar. De novo.

— Está preocupado que ele suma outra vez? – indaguei, não que ligasse, mas me senti responsável pelo Americano. Ele acenou com a cabeça.

— Na moral, eu levei um tiro, então, mesmo que ele tenha desmaiado ou sei lá o que, o mínimo que ele podia ter feito quando me encontrou era parecer um pouco mais preocupado. Mas não! Ele estava cagando para mim!

— Por que se importa tanto com ele? – a face dele corou. Ele não sabia o que responder.

— Brasil é minha única companhia fixa, basicamente. No primeiro dia, por ironia nós nos esbarramos, e brigamos por causa de bobeiras. Mas não deu uma e viramos amigos! Da forma mais engraçada também! Depois disso, acabei me apegando a ele, e até convidei ele pra ficar no mesmo dormitório. Aí vai e o lindo age como se eu fosse só um dos conhecidos dele!

— Não acha que é você quem está um pouco paranoico, Tina? – supôs Holanda, se metendo na conversa. Argentina se irritou com ele também.

— Paranoico? Brasil me contou que até na cozinha ele foi hoje, mas nem me procurou!

— Espera. Se ele foi na cozinha, como estava desmaiado desde ontem? Isso não faz muito sentido!

— Foi o que Madagascar também me contou! Ela estava com França e ele, Israel chegou e Brasil foi embora. Depois não o viram mais. Mas não foi desde ontem que ele anda sumido! É isso que me irritou também: onde ele realmente estava antes de parar na SDD e bater a cuca!

   Ambos ficamos num silêncio constrangedor, só escutando as folhas laranjas sendo rodopiadas pelo vento. O céu ameaçava chover novamente, mas dessa vez um pouco mais fraco.

— Às vezes parece que o Brasil mente pra mim. – continuou resmungando. — Esses furos no argumento foram a gota d'água. Eu preciso descobrir que diacho é esse que ele tanto esconde. Ou ele tem algum segredo, ou ele está fazendo algo de muito errado e não quer que a gente descubra.

— Bom, minha caridade acabou por hoje. – respondi, olhando para o relógio de pulso. — Cuide bem do pé e não deixe Holanda tropeçar nele.

Ei!

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