"Estávamos em Global School. Era tudo ou nada agora."
O novo ano no colégio interno traz novas figurinhas para o quadro de alunos da prestigiada instituição. Mais de 200 jovens administrados por seis padrinhos e um autoritário diretor impopular...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O anúncio do passeio escolar logo se espalhou e foi principal assunto entre os alunos, mas para o Grêmio, isso foi sinônimo de preocupação. Hallo, a propósito. Vocês chegaram em boa hora. Curioso, os momentos de maior tensão são por vezes aqueles que mais aproximam as pessoas, porque de certa forma é involuntário. Nenhum de nós queria estar passando por aquilo. Mas era necessário. Vou me abster de falar demais porque sei que o que interessa é a história em si. Bom, vamos voltar para a última cena então.
"Eu ameacei os Embaixadores, ameacei o Brasil quando ele descobriu que eu mandei matar também o pai dele, e quando Sr. Antártica estava prestes a descobrir a verdade, eu me livrei dele também! O atraí para dentro da floresta e meti chumbo na sua testa! Quer mais?"
Era a quinta vez que o pessoal rebobinava essa parte da fita, ainda estupefatos pelas confissões explícitas do diretor ONU. M. África, por mais que sempre tenha tido rixa com o diretor, esperava no fundo que suas desconfianças fossem equivocadas. Áustria não conseguia olhar para o restante, que havia se lembrado do fato dele também ser um Embaixador. Romênia estava deitada no sofá, com a mão no rosto, buscando recuperar as forças após tantas emoções. E eu me submeti à uma das tarefas mais desgastantes: dar sermão na criança.
— Você sabia de algo, não sabia?
— Sim, mas não é do jeito que você pensa, eu juro! – ele pulou de agonia na minha frente. — Eu fui ameaçado pelo velho. Foi por isso que encobri a verdade, ou ONU viria atrás de tu!
— Ele falou de mim? Quando? – Brasil não respondeu. Eu insisti. — Não tem como avançar na investigação se você não revelar todos os pormenores da situação. Como você ficou sabendo da verdade? Você admitiu ter ido até ONU, mas pra isso algo precisaria ter te arrastado até lá.
Áustria se afastou do restante e colocou Brasil de lado. Seu olhar estava fixado em mim, de um jeito penitente e sôfrego. Suas palavras saíram vacilantes: — Fui eu. Eu que levei o Brasil pro diretor. Alguém precisava saber, era um segredo que estava me matando por dentro. Alemanha... eu venho fazendo isso pra proteger você e a Allia. ONU disse que ia matar nossas famílias se eu espalhasse o segredo. Eu não aguentava mais tanta pressão. Por isso te dei sonífero naquele dia, pra conseguir levar o brasileiro na fonte.
Então era isso que a fita gravou sobre "Embaixadores". Áustria, esse tempo todo.
— Me... proteger? Por que não me contou de uma vez, cara?
— Você ainda estava sob jugo do Nazi, Alê. Eu busquei me comunicar com o Grécia justamente por isso. Foi o que o levou a entrar na investigação. Isso... se não fosse por mim, ele não teria sumido. Eu sinto muito. Me desculpem todos vocês. Devem estar pensando que eu sou um traidor barato. Mas eu prometo, Alemanha, eu não quis que as coisas chegassem nesse ponto. Por favor, me perdoa...
Meus olhos ameaçavam ficar úmidos, porém eu consegui segurar bem, ao contrário do meu amigo. Do que eu deveria perdoá-lo? Ele me salvou. Ele pensou na Allia e em mim. Eu só tinha o que agradecer. Me aproximei e segurei sua cabeça por trás.
