Este é um capítulo muito diferente. É sobre vingança e chantagem, vindo de minha parte. Mesmo sendo um pouco a parte da história principal, não recomendo que pulem (não sei quem faria isso, afinal, sou eu que estou a narrar, e sei que vós me amais loucamente).
A expressão "fale a mesma língua que eu" é relativa se formos a analisar que até mesmo com o mesmo idioma, pode-se haver confusões e desentendimentos. Minha pessoa, em especial, era perita em arranjar uma dessas. Geralmente meu alvo é o brasileiro, mas naquela ocasião, escolhi outro gajo.
— Como vai, companheiro angolano? Diga-me se já tomou parte no pequeno-almoço.
— Oi? – ele retirou os fones e deixou o telemóvel à mesa. — Tu quis dizer o mata-bicho, sim?
— Sim, sim, como quiseres. No fim é a mesma coisa. Mas o que estás a fazer? Adivinho que seja curtir fotos das pitas. Prometo que não vou julgar te pois é isso mesmo que faço no tempo livre.
— Não, não estou. E acho melhor a gente falar baixo, que há um Europeu baixinho chato para um caramba aqui na Library. Sempre que esbarro em algo sinto sua cabeça surgir nervosa entre as estantes.
— Certo. – me sentei na cadeira do outro lado e de dentro das calças eu arranjei um pacote de amendoim. Havia acabado de sair do Refeitório após uma agradável manhã de paz, e pus-me logo ali entre os livros para perpetuar isso, enquanto arquitetava uma pantomima para acabar com a raça daquele paneleiro meia-boca, vulgo França. Eu sempre tive vontade de arrebentá-lo, mas não havia motivo. Quando contaram-me que ele havia quase batido as botas no Festival, fiquei em frustração por não estar no momento. Teria o chutado tanto que meu pé atravessaria seu corpo.
Angola percebeu meus trejeitos maliciosos pela forma como me expressei no rosto, um vilão no alto de sua ravina buscando destruir o dia de alguém. Tão logo o influenciador pôs-se na defensiva mentalmente, e já se preparava para negar ajuda a mim, quando bateu os olhos no pacote.
— Ah, Tuga, tu me darias um jinguba desses aí?
— Com certeza, eu lhe daria quantos amendoins pedisse.
— Certo... – respondeu ele, quase em câmera lenta, enquanto enfiava a mão no pacote.
— Então, estás ocupado demais? Precisava de um favor e tu fostes a primeira pessoa a quem vi.
— Poxa, que azar da minha parte...
— Azar coisa nenhuma! Eu quero tua ajuda para dar uma lição no comedor de caramujo!
— Ah, pela Virgem Santa, este papo de novo? Parece até que tu és apaixonado pelo cara!
— Lave a boca com sabão! Eu detesto o paneleiro com todas as minhas forças! É o cara mais insuportável de toda a existência, e todo o colégio sabe disso!
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Global School
Fiksi Penggemar"Estávamos em Global School. Era tudo ou nada agora." O novo ano no colégio interno traz novas figurinhas para o quadro de alunos da prestigiada instituição. Mais de 200 jovens administrados por seis padrinhos e um autoritário diretor impopular...