6. Novo dia

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— Todos a favor da moção digam sim! – disse Austrália, colocando as duas mãos na mesa redonda da sala, onde estávamos reunidos

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— Todos a favor da moção digam sim! – disse Austrália, colocando as duas mãos na mesa redonda da sala, onde estávamos reunidos. Todos concordaram, dizendo sim e acenando com a cabeça.

— Moção aceita, então. A partir de amanhã faremos uma campanha de arrecadação de fundos para a reforma do Salão Religioso.

— Estranho. – comentou Canadá, as sobrancelhas se dobrando de forma triangular enquanto ele olhava para o papel do projeto. — Diretor ONU nunca mais tocou nesse assunto depois do incêndio que houve lá. Mas tem pessoas aqui na escola que acham importante ter uma fé, e por isso o Salão Religioso.

   Albânia entortou de leve a cabeça, mostrando que concordava com o canadense.

— Bom, meninos, o importante é que agora nós conseguiremos colocar o lugar novamente de pé, em poucos meses, se não acontecer nada é claro. – em seguida, ficamos em silêncio por uns seis segundos, até ela voltar a falar. — Sério, quem foi a alma perturbada que pôs fogo lá?

— Alguém que não gosta de religião. – sugeriu Papua Nova-Guiné, com a mão apoiada no queixo. — Ou...

— Ou o quê, Papua?

— Ou então alguém que só queria vandalizar a escola. Tem muita gente aqui que detesta Global School.

— Então por que estão aqui? – repliquei, imediatamente. Percebi que todos os olhares se voltaram para mim, e dessa vez era como se um click tivesse acontecido no cérebro deles. Pelo visto era a pergunta que menos esperavam.

— Vamos ser sinceros: por que todos nós estamos aqui? – indagou Canadá. – OK que queremos ter notas boas, desenvolver um bom índice e btw... mas, assim, como viemos parar aqui? O que nos levou a parar aqui?

— Nunca tinha parado para pensar isso, velho. – comentou Papua novamente. — Agora, tentando lembrar de como eu era antes, só consigo enxergar um vazio. É como se tudo o que nos aconteceu do lado de fora tivesse sido apagado. Não sei, vai ver é porque estou aqui a sete anos, mas acho que não tem muito a ver. E vocês, Brasil e Holanda?

   Ele nos perguntou isso porque éramos os dois únicos novatos da escola no grêmio. Holanda também fez uma careta, enfim caindo a ficha de que também não se lembrava de nada. E, velho, quando eu fui perceber nem eu havia lembrado de nada! Cara, era tudo um grande vácuo naquele momento! eu só consegui ter certeza que lembrava da minha vida até o momento de entrar nos portões do internato. Na van, inclusive, tenho certeza que falei de toda a minha vida pro Israel e pra Jordânia. Como tinha tudo sumido?

— Estou ficando assustada. – disse Albânia, com a testa franzida. — Incrível como nunca paramos e analisamos isso. Mas, sinceramente, não sei o que fazer. Talvez estejamos loucos, sei lá. Assim, talvez.

— Ah, pessoal, sem querer cortar o barato – Bélgica finalmente falou alguma coisa. — Mas acho que ainda temos um tópico pra falar aqui. Sabe que se a gente deixar algo de lado os mestres comem nossas cabeças. Especialmente a chata da M. América, sem ofensas, Brasil e Canadá.

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