"Estávamos em Global School. Era tudo ou nada agora."
O novo ano no colégio interno traz novas figurinhas para o quadro de alunos da prestigiada instituição. Mais de 200 jovens administrados por seis padrinhos e um autoritário diretor impopular...
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Good Morning! Ou deveria dizer good night? Good afternoon? Bom, a verdade é que esses termos são relativos a qual período do dia vocês estão lendo — que geralmente é de madrugada. Por via das dúvidas, good life. Boa vida para todos vocês. Animados para o Natal? Sim? Que bom, porque eu também estou! Na verdade, não consegui parar de pensar nisso por dias a fio! Sejam bem-vindos de volta e, por favor, não reparem na quantidade de neve. É 24 de dezembro, vésperas da Natividade, grande alegria para celebrar o Menino Jesus concebido da Virgem Maria. O inverno chegou, o princípio dele pode ser animador, mas o início de janeiro é quando todo mundo fica estranhamente triste. Não gosto disso.
Mas vamos esquecer isso, pelo menos durante as Boas Festas! Nesse dia, as férias tinham finalmente chegado, e ainda por cima era sábado. No dia anterior havia acontecido uma festa de finalização semestral, foi uma culminância proveitosa dos nossos projetos. Eu ajudei a colocar a árvore de Natal lá no Pátio Principal, perto do chafariz feito ao estilo clássico. Ficou uma maravilha! E bem, lá estava eu, prestando serviços pela escola, quando me deparei com algo fora do comum.
Existem muitos lugares em Global School, a maioria sendo bastante frequentada pelas pessoas. Porém, outros locais eram mais, como posso dizer, inóspitos. Por exemplo, a Sala da Caldeira, que ficava em algum corredor pelo subsolo do prédio. E perto da caldeira ficava o Porão, que era literalmente um grande porão onde, durante os intervalos de uma hora e meia, alguns alunos se reuniam para jogar cartas e fazer apostas. Nesse dia, eu resolvi, como um dos "líderes" do Grêmio, conferir se não havia nada de errado sendo feito por ali. Descendo a escada, que ficava abaixo de uma porta, que ficava no final do corredor de camarins do Anfiteatro, já consegui ver o ambiente de dimensões quadradas, um pouco apertado, porém com uma porta na parede a frente que levava para os outros cubículos presentes no complexo. Era recomendável que não fosse sempre lá, pois teve gente que quase se perdeu ali. Não que fosse um labirinto de Dédalo, mas que tinham muitos corredores iguais, tinham.
— Feliz Natal, Canadá! – disse Índia, o dono das cartas com um murban avermelhado, me vendo descer a escada. Eu fechei a escotilha e pus as mãos no casaco. Meu rosto branco estava corado devido ao calor da roupa, mas esse frio era tudo o que conseguia vestir.
— Ainda é véspera, mas mesmo assim, thanks. Desejo o mesmo. Tem algo de errado por aqui?
— यहाँ पर, सब ठीक है। (yahaan par, sab theek hai.)
— O quê? Ah, pode traduzir, por favor? Eu não entendo híndi.
— Por aqui está tudo bem. Tem algo errado aqui, Somália?
— Não, não. – sorriu forçadamente o garoto de blusa azul e uma estrela no meio. — Tem algo de errado por aqui, Costa Rica?
— Não que eu tenha visto. – ele desviou o olhar de mim, fingindo se distrair com o baralho. — E vocês, Estônia e Letônia?