Capítulo 22

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-Edward...

-Marcel? - pronunciei pondo-me de lado para que passasse. O seu gesto encontrava-se fraco ao mesmo tempo que os seus óculos eram agarrados pelos seus dedos.

-Preciso de falar contigo. - disse com seriedade.

-Então espera, que tenho fome. Depois de comer falas comigo. - aclarei deixando que o meu corpo desse uma volta de 180º para caminhar em direção à cozinha, passando primeiro pela sala de jantar. O Marcel agarrou-me pelo braço, puxando-me.

-Agora. - desesperada era a palavra que definia a sua voz , mas eu já sabia muito bem que era algo sobre a Bella, e também sabia muito bem que a culpa era dele.

-Foda-se Marcel, tenho fome.

-Edward, são dois segundos.

-Dois segundos nada. Eu quando tenho fome não tenho nem dois segundos nem uma merda. Esperas. Apenas isso.

-Está bem. Quando precisares de ajuda vou fazer-te o mesmo. Vou-te dizer para esperares até que a mim me apeteça. - disse com desdém sentando-se no sofá com o olhar perdido e enterrado.

O meu lado sensível compadeceu e sentiu pena do meu irmão, coisa que não acontecia muitas vezes. Depois de suspirar e dar uma vista de olhos à cozinha, onde a minha mãe tentava tirar a vergonha da Cassie, caminhei até onde se encontrava o Marcel com os seus cabelos despenteados e os seus óculos deixando que os seus olhos se perdessem nalgum ponto da parede.

-Diz-me o que se passa. - disse sentando-me ao seu lado e deitando o meu corpo para trás.

-Sinto-me uma merda.

-Disso já me tinha apercebido. - houve um pequeno silêncio. - O que se passou com a Bella?

-Disse-lhe a verdade.

-És idiota. - as minhas palavras adiantaram-se aos meus pensamentos. - Mas fizeste bem.

Isso não tirava o facto de que era um idiota.

-O problema é que ela ligou ao Harry ontem à noite. Estava um pouco bêbeda e muito chateada. Tinha passado o dia a chorar porque a sua mãe não gostava dela e tinha perdido o seu pai. Dizia que o Harry era tudo o que ela tinha. Mas eu não era o Harry.

Senti-me humilhado quando o Marcel disse que ela achava que tudo o que tinha era o Harry, porque eu estaria aí para ela sempre que quisesse. Sempre. Mas não sabia como fazer com que ela viesse até mim.

-Que se passou?

-Quando chegámos ao hotel as coisas fugiram do meu controlo. Ela pedia sexo e não podia dá-lo numa mentira. Por isso confessei. Ela ligou ao Harry e acabou com ele. - o seu olhar continuava fixo na parede mas algo em mim começou a festejar. - Depois virou-se para mim e quis ter sexo comigo por pura vingança ao Harry. Eu sei, utilizou-me e deixei-me utilizar acreditando que depois teria alguma oportunidade, mas esta manhã quando acordei não estava lá ninguém. Nem as suas coisas, tinha-se ido embora sem um simples adeus.

A minha testa franziu-se. O meu pulso acelerou-se e senti como uma explosão tentava controlar a minha reação.

-Quê? - perguntei arregalando os olhos. Os meus sentidos já estavam alerta e, por primeira vez, pressentia que esse seria o final . - Onde está?

-Não sei.

-Não sabes?! Agora por vossa culpa não vou poder saber nada dela. Não servem para mais nada para além de a chatear!

-Mas... Que queres que faça?

-A culpa disto é tua e do Harry. Ela não foi para a cama contigo por vingança! Pensa um pouco, Marcel. Ela achou que era isso que querias porque eu lhe fiz o mesmo há um tempo. Deu-te o que querias; deu-nos a todos e depois foi-se embora.

Os Trigémeos Styles 4: Dreams (tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora