Harry
Já tinham passado seis anos desde que saí de Londres e hoje estava a voltar para ver apenas uma coisa; o recém-nascido, o primeiro filho do Edward e da Bella.
Qualquer um ficaria ressentido, magoado ou injustiçado com o mundo pelo facto do seu irmão acabar de ter um filho com a sua ex, mas eu não. Nem sequer no seu casamento me senti mal. Eles eram felizes e eu também.
Dei a mão à Marie, que caminhava ao meu lado com nervosismo.
Naquele momento em que os meus sonhos se cumpriram, senti que já não precisava de mais nada no mundo. Tinha conseguido destacar-me; por mim mesmo. Agora eu era o protagonista da minha própria vida.
Entrei no edifício. Os corredores estavam cheios de enfermeiras e visitantes, que como de costume se viravam na minha direção para me observar com curiosidade. Mas não detive os meus passos, aliás, caminhei até ao elevador e carreguei no botão do terceiro piso, o da Maternidade.
Comecei a sentir-me incómodo com a situação, apesar da minha relação com a Bella ser boa. Depois de tudo o que aconteceu ainda a podia chamar de amiga; ela estava aí sempre que eu precisava. Tal como o Edward. Não pude evitar um sorriso de felicidade. Outro membro na família. E desta vez rapaz.
-Marie, calma. - disse aproximando-me dela e apoiando-a na parede do elevador.
-Vou conhecer a tua família. Não consigo evitar estar nervosa.
-Eles vão adorar-te. - deixei um beijo curto nos seus lábios carnudos e rosados. - Tal como eu.
Ela dedicou-me um sorriso e acariciei o anel de noivado que descansava no seu dedo.
-Achas mesmo? - suspirou baixando um pouco a cabeça. - Os teus irmãos deixam-me nervosa, são iguais e...
-Shh... - voltei a silenciá-la com um beijo. - Está tudo bem, linda.
Abraçou-me.
-Amo-te. - sussurrou contra o meu pescoço.
-E eu a ti.
A Marie era a melhor coisa que alguma vez me tinha acontecido. Essa rapariga de cabelos castanhos e olhos cor de âmbar tinha entrado na minha mente e coração desde o primeiro momento em que a vi. Ela sabia valorizar as pessoas, sabia amar; sabia amar-me. Era doce de manhã cada vez que acordava ao meu lado com um sorriso e uma chávena de chá na mesa de cabeceira, não sabia como, mas conseguia sempre tê-la pronta antes de eu acordar. Beijava a minha bochecha e depois sussurrava um "amo-te". Era a rapariga mais alegre que alguma vez tinha conhecido. Forte e sincera. No entanto eu sabia que não era tão forte como aparentava. Era por isso que gostava de a abraçar durante a noite.
Tinha-a conhecido durante as gravações de um filme. Depois da minha carreira de cantor quis abrir os meus horizontes no cinema, por isso apareci nas audições de um filme baseado num livro futurista que estava a arrasar mundialmente. The R System. E aí estava a Marie. Com os seus cabelos ondulados por baixo dos ombros, o seu sorriso radiante e a sua maneira de vestir tão simples mas tão na moda. Olhou para mim e juntamente com o diretor indicou-me que começasse.
O primeiro encontro foi desastroso. No segundo, atirei-lhe champanhe para cima da camisola. Mas o terceiro compensou os estragos dos outros quando enchi a sua casa de rosas, esquecendo o facto de que era alérgica, e fazendo-a passar uma semana de cama. Eu tomei conta dela. Aquilo foi o que fez com que decidisse dar-me uma quarta oportunidade. Então apercebi-me de que estava apaixonado por ela e pela sua doçura e carinho.
Realmente aprendi que, para me apaixonar, precisava primeiro de me amar a mim mesmo.
Quando a nossa relação começou pensei que seria difícil pela distância, mas a Marie começou a escrever uma nova saga e acompanhava-me para todos os lados com o seu computador e o seu bloco de notas para trabalhar. Tinha encontrado alguém que podia manter-se ao meu lado e que tinha intenção de o fazer. As relações na fama são complicadas, à distância e muito pouco duradouras. Mas a nossa ia ser diferente.
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Os Trigémeos Styles 4: Dreams (tradução)
FanficQuarto livro da coleção "Os Trigémeos Styles". 4/5