Capítulo 40

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Edward

A estranha sensação de ter ouvido a Bella falar durante a noite confundiu-me quando acordei. Os meus olhos abriram-se com a mesma rapidez que de costume; nenhuma. Bocejei e estiquei os braços com cuidado debaixo do corpo da rapariga que se abraçava a mim. Os seus cabelos faziam cócegas nos meus braços e torso, estando espalhados por todo o lado. A sua mão apoiava-se no meu peito, justamente no centro, enquanto a sua cabeça descansava pacificamente no espaço onde o meu ombro e pescoço se juntavam.

Podia habituar-me a acordar tão incrivelmente bem todas as manhãs da minha vida.

A sensação continuava. Tinha a sensação de que tinha ouvido a Bella chorar enquanto falava com o Harry por telemóvel. Talvez tivesse sido um sonho, mas parecia tão real e ao mesmo tempo tão fictício que não sabia o que pensar. Provavelmente estava a dar em doido e o medo de que o Harry aparecesse com as suas lamechices, canções e choros para ma tirar estivesse a atormentar os meus sonhos.

Voltei a bocejar perguntando-me onde estaria a Cassie e porque é que não me tinha vindo acordar. Era meio-dia e a menina nunca dormia até depois das nove.

Que estranho.

Acariciei o cabelo da rapariga que estava suave e com nenhum nó esta manhã; a ela nunca lhe acontecia isso. De manhã o seu cabelo estava sempre mais suave e brilhante mas, à diferença de durante a noite, que estava liso e ligeiramente ondulado nas pontas, de manhã o seu cabelo ondulava-se formando uma loucura que desaparecia quando se penteava, mas que eu adorava.

A rapariga gemeu ajeitando-se em mim, passou o seu braço por cima de mim e abraçou-me apoiando a cabeça no meu torso. Continuei a acariciar-lhe o cabelo.

-Bom dia. - sussurrei e franzi a testa numa tentativa de dizer algo bonito. Aquilo nunca me corria bem. Quando pensava numa alcunha carinhosa todas me causavam repulsão e vontade de vomitar açúcar, mas também não podia ir aos extremos e chamar cabra ou puta à minha namorada. Não era ético e não me sentia bem ao chamá-la dessa maneira.

Remexeu-se no seu sítio ajeitando-se em mim. Beijei a sua testa para não a acordar ao vê-la tão cansada e dediquei-me a acariciar o seu cabelo.

Quem diria há meses atrás que teria conseguido? Suponho que ninguém.

Mal podia esperar por fazer sexo com a Bella, mas de momento estava a saber-me bem a espera. Digamos que me acalmava a ideia de saber que algum dia aconteceria. Não sabia quando nem como, mas pelo menos estava comigo. E isso era algo positivo, não?

No entanto às vezes amaldiçoava a existência do idiota do Harry quando as minha ereções não baixavam e a Bella apenas mordia o lábio com nervosismo dizendo-me que não estava preparada. Que direito tinha o Harry de se entranhar tanto no coração da rapariga ao ponto de não o conseguir superar? Que direito? Odiava essa merda.

Estendi a mão até à mesinha de cabeceira e procurei o meu maço de cigarros. Apalpei o livro da Bella e perguntei-me de novo como é que ela se entretinha com aquilo. Eu nunca tinha sido um rapaz que gostasse de ler. Os únicos livros que li foram os do Harry Potter e foi apenas para comprovar se todos os Harry eram tão idiotas quanto o meu irmão.

Encontrei o maço e agarrei nele com cuidado para não acordar a rapariga. Tirei um cigarro e o isqueiro e levei-o aos meus lábios mexendo-me com lentidão. Acendi-o com dificuldade e depois duma passa deixei o fumo sair por entre os meus lábios.

Antes não fumava, mas há algum tempo que sentia a necessidade de o fazer. Porquê? Não fazia ideia.

Suspirei e dei outra baforada antes de que a rapariga se mexesse e abrisse lentamente os olhos. Deixei escapar o fumo para cima sem deixar de lhe olhar nos olhos.

Os Trigémeos Styles 4: Dreams (tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora