Capítulo 25

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Marcel

Às vezes é melhor desligar. Por isso, por umas horas, consegui fazê-lo. Liguei à Gemma, realmente preocupado por ela. O que se tinha passado? Porque é que não me tinha dado nenhuma explicação para se querer ir embora? Era sobre o Lucas mas, o quê? Toda esta situação superava-me. A minha irmã fugia em segredo, os meus irmãos procuravam a maneira de se tornarem mais idiotas do que já eram, a rapariga de que gostava ia para a cama comigo e depois abandonava-me e, para piorar, o meu gato tinha desaparecido.

Sim, desaparecido. Fui buscar o Einstein ao apartamento; não estava. Saí e procurei-o, mas depois de horas e horas à sua procura não consegui encontrá-lo.

-Gemma? - perguntei uma vez que a chamada foi atendida. Mas ninguém falava.

Uma voz agitada esperava o momento de falar do outro lado da linha.

-Marcel. - disse finalmente.

-Meu Deus, estás bem? - perguntei com preocupação . O que se passava com a minha irmã?

Correção: O que se passava com toda a gente?

-Sim. Acho que sim. - respondeu, deixando claro o facto de que não queria falar sobre a sua situação atual. Mas eu precisava de saber. - Tu estás bem? Como correu com a Bella?

Suspirei. Teria gostado de lhe dizer que tudo tinha corrido bem mas, para além do facto de não o poder fazer, não me importava realmente. Agora só conseguia pensar nela e no porquê da sua respiração estar tão agitada. Estava muito nervoso. Se algo acontecesse à minha irmã não saberia o que fazer.

Voltei a repetir a mesma pergunta já antes formulada.

-Estás bem, Gemma?

Um suspiro aterrou desde o outro lado da linha.

-Sim, está descansado. Agora sim. - disse. Aproximei-me da cama do meu antigo quarto e sentei-me aí. - Não contes isto a ninguém.

-Mas Gemma, como queres que conte algo se não sei nada? O que se está a passar?

Silêncio. Adivinhei que mordia o seu lábio do outro lado da linha, dessa maneira que só ela sabia fazer. Depois, deitei-me na cama deixando que o meu olhar ficasse fixo no teto. Os meus dedos passearam pelo meu cabelo.

-Não te posso contar. - fez uma pausa, provocando que os meus nervos se manifestassem.

-Pretendes que esconda tudo o que fazes sem saber porquê? - o meu instinto queria falar um pouco mais alto, mas a minha mãe e a Cassie estavam a ler um livro no quarto ao lado, por isso não o fiz. - Sei que o Lucas é um cabrão, mas preciso de saber se te fez alguma coisa.

Suspirou, mas não saiu mais nenhum som dos seus lábios.

-Eu vou acabar por te dizer, mas agora não posso. - fez uma pausa. - Agora... preciso que evites o Lucas e distraias os outros disto. Consegues?

-Uhm... Sim... Acho.

Não seria muito difícil distrair os outros disto, principalmente pelo facto de que me ignoravam totalmente.

-Obrigada, minorca. - enviou um beijo desde o outro lado da linha. - És o melhor irmão do mundo.

-Pelo menos alguém que pense isso . - admirei com ironia.

-Estás-te a referir a quê? 

-A que pareces ser a única que pensa isso. - murmurei.

-Calma, os nossos irmãos não vão ser uns idiotas para sempre. Nem tu. Isso passa... Com a idade.

Os Trigémeos Styles 4: Dreams (tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora