𝐓𝐎𝐃𝐎𝐑𝐎𝐊𝐈 𝐒𝐇𝐎𝐓𝐎, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨

• festival desportivo •

Encarei o panfleto jogado em minhas mãos pelo garoto que os distribuía pelas ruas próximas à Yuuei.

Estávamos de folga e eu tinha aproveitado que os portões estavam abertos — como eles sempre ficam para os alunos que optam ficar no campus durante o final de semana — pra ir na lojinha de conveniência comprar meu amado sorvete. Até ser parada pelo garoto.

— Festival Desportivo, uh? - murmurei, voltando a caminhar pro dormitório, enfiando o papel amassado no bolso do meu moletom.

Entro no meu quarto, tendo o vislumbre do corpo enorme de Shoto todo esticado na cama, ocupando bem mais do que deveria. Pisco lentamente pra ele, fechando a porta e indo até ele.

O abençoado dormia, sem camisa e só de cueca enrolado nas minhas cobertas e apertando meu travesseiro contra a cara. Só sei que ele tá respirando porque o peito dele tá subindo e descendo, senão já estaria chamando o carro da funerária.

Calmamente, me sentei no chão, encostada na cama e abri o pote de sorvete o mais silenciosamente que eu conseguia, enfiando a colher que tinha pego na cozinha quando passei pra ir pro meu quarto e levando uma boa dose à minha boca.

Hmm, delícia. Sorvete consegue ser melhor que sexo pra mim. Ou não. Ou sim. Ou...ah foda-se, é bom pra caralho e ponto.

Saboreio minha gostosura em mãos, de novo e de novo, sem parar e sem me importar de estar gelado demais, já que estava meio derretido. Tão concentrada eu estava, que até mesmo me esqueci do abençoado do meu namorado.

— Comendo sorvete sem mim? - sussurrou rouco no meu ouvido.

— AH! - dei um pulo, me afastando dele e apertando o sorvete contra meu peito. — Quer me matar do coração?

Shoto pisca lentamente, bocejando e se sentando na cama, mal ligando pro meu drama.

— Você foi comprar enquanto eu dormia é? - desviei o olhar, enfiando uma colher na boca. — Tu pretendia me dar um pouco S/N?

— Não.

Ele ri, tirando as cobertas de cima das pernas e as abrindo, me chamando pra sentar entre elas.

— Vem. - e eu fui, deitando minhas costas em seu peito largo e relaxando quando ele voltou a  colocar a coberta em cima da gente. — Me dá um pouco. - murmurou contra a curva do meu pescoço.

Enfiei a colher de novo no pote, botando na boca dele. Intercalei entre a minha boca e a dele, em silêncio, por um tempo.

Suspirei, deitando minha cabeça em seu ombro, sentindo ele enfiar as mãos nos bolsos do meu moletom. Continuei comendo o sorvete.

— O que é isso? - pegando o folheto. — O Festival já tá aí né? - disse, encarando o amassado em suas mãos com tanta seriedade que eu até me preocupei. — Esse ano a coisa vai ser intensa.

— Por que?

— Porque esse é nosso último ano. - me encarou. — E ninguém quer perder.

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q os jogos comecem