• meu sorvetinho •

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— Já tá pronta? - me perguntou, entrando no meu quarto todo bem vestido e cheirando perfume masculino.

— Tô, só falta botar o brinco. - respondo, me virando pra penteadeira de novo, caçando as argolas que eu tinha separado enquanto o analisava pelo espelho. — Tá gatão, hein amor.

Ele sorriu, todo fofo.

— Você também tá, minha gata. - não consigo evitar o friozinho na barriga que veio com o "minha".

Amo pronomes possessivos.

— Tá tudo certo? Você não tá esquecendo o dinheiro não, né? - pergunto, levantando da cadeira e pegando a bolsa que eu tinha separado e já guardado as coisas que eu levaria para o nosso passeio. Carteira, documento, celular...

— Não, já verifiquei duas vezes. - me observando encostado na porta.

— Ok, então a gente já pode ir. - sorrio, colocando a alça da bolsa no ombro e indo até ele.

— Não sem antes eu receber meu beijo. - me parou, sorrindo mole quando não me desvencilhei de seus braços.

— Shotooo. - resmungo, segurando seus braços que me rodeavam forte a cintura. — Eu tô de gloss.

— E daí? É só você passar de novo depois. - deu de ombros, inclinando a cabeça e me beijando, lento e apaixonado.

A manteiga derrete tanto nessas horas meu deus.

Seguro sua nuca, aprofundando o beijo e enroscando a língua dele na minha, gostando do aperto de seus dedos ao redor da minha cintura.

— Hmm, gosto de cereja. - ronronou na minha boca, chupando meu lábio inferior e me beijando mais uma vez. — Gostei, não quero mais parar de te beijar.

— Mas a gente precisa sair. - argumento, rindo com os selinhos que ele me dava, sem deixar eu me soltar.

— Quem disse? A gente pode muito bem ficar aqui, namorando gostosinho. - quase me desmonto toda depois dessa.

Produção, eu não tenho estruturas pra essas atitudes não entendeu. Eu sou um ser humano fraco e errante. Minha vontade é de pegar esse garoto, tacar na minha cama e amassar ele todinho.

— Mas...mas...mas, argh! Para de beijar o meu pescoço. - me irrito, conseguindo finalmente me soltar dele. — Sabe que é meu ponto fraco, porra. - passo a mão na nuca, tentando abaixar os pelos arrepiados enquanto ele ri.

— O que eu posso fazer se é tão bom? - dá de ombros, com a maior cara de menino bonzinho.

— Eu vou te bater. - ameaço, olhando no espelho e tirando o borrado da minha boca, pegando o gloss de novo e o passando, antes de guardar na bolsa. — Vem aqui, você tá com gloss de cereja por toda sua cara quase. - passo o dedão, limpando os vestígios enquanto ele sorri.

— Eu ainda quero te beijar. - murmurou rouco, já vindo com as mãos pra minha cintura.

Sorte que eu me esquivei mais rápido que Pelé.

— Não, nós vamos ao shopping. - ele bufa, mas abre a porta pra mim quando passo por ele. — Faz mais de uma semana que eu tô querendo ir, sua manha não vai mudar isso. - falo quando entramos no elevador.

— Poxa, achei que você me amava. - fez biquinho, e eu revirei os olhos, segurando sua mão.

— Que eu me lembre a dramática da relação sou eu. - comento, andando com ele quando o elevador abriu.

— Acho que você me contagiou.

Balanço a cabeça negativamente, em todo momento segurando sua mão. Shoto fazia questão que eu fizesse isso, e essa parte protetora dele sempre foi tão fofa.

𝐓𝐎𝐃𝐎𝐑𝐎𝐊𝐈 𝐒𝐇𝐎𝐓𝐎, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora