𝙲𝚊𝚙í𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟹

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ᴋɪᴍ ᴛᴀᴇʜʏᴜɴɢ

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ᴋɪᴍ ᴛᴀᴇʜʏᴜɴɢ...

Não saberia dizer em que momento uma tradição se formou, mas era de praxe eu e Sehun terminarmos em algum bar aleatório todas as sextas- feiras, depois do trabalho.

Naquela, em especial, estávamos em um na Barra,mais perto de casa, porque tivemos uma reunião cansativa, onde precisamos substituir nosso tio, que estava afastado por alguns dias, depois de um princípio de infarto que muito nos assustara.

Tio Geraldo sempre foi uma rocha.

Um homem que veio do nada  construiu um império.

Para nós, um exemplo.

Para mim, mais do que meu pai tinha sido.

Aliás, fora exatamente a imagem do meu pai bêbado, traindo e agredindo minha mãe, que me tornou o homem que eu era - focado e workaholic.

Vê-lo sucumbir de alguma forma foi mais desconcertante para mim do que imaginei que poderia ser.

── Diazinho puxado, né? ── Sehun comentou assim que nos sentamos no bar e pedimos, cada um, uma dose de uísque, pura. ── Como tio Geraldo aguenta? Ele já tem o quê? Setenta anos?

── Mais do que isso, acho. Ele era o mais velho dos três irmãos. ── E o único que durou também. Tanto meu pai quanto a mãe de Sehun já haviam partido. Aliás, nós dois éramos órfãos, e nosso tio fez um ótimo papel praticamente nos criando. Éramos como filhos para ele, já que não tivera nenhum com sua esposa de longa data, nossa doce tia.

── Nós dois, com vinte e seis somos uns reclamões. Garanto que se fosse ele, estaria lá, feliz da vida, comandando aquela gente toda para que comesse na sua mão. O cara é um mestre.

Não pude deixar de sorrir, enquanto levava o copo à boca, pensando o quanto meu primo estava certo.

Tio Geraldo era mesmo um mestre.

Um comandante perfeito para o navio que a Antunes Kim se tornara.

Um de nós dois teria que assumir seu lugar quando ele se aposentasse, e de acordo com o que tia Adelaide dissera, ela estava muito empenhada em conseguir que isso acontecesse mais cedo ou mais tarde.

Aparentemente, esse era o mesmo pensamento de Sehun

── Já pensou em um de nós no lugar dele? ── comentou, de forma quase sorrateira, como se não fosse importante. Mas era. Quem quer que fosse assumir o posto, teria que fazê-lo com honra, porque devíamos isso ao homem que nos deu tudo.

── Penso, mas não gosto tanto da ideia ── respondi com convicção.

── Como não? Não é para isso que trabalhamos tanto?

── É e não é. Eu trabalho para a empresa continuar sendo o que é. Gosto do que faço e largar o setor jurídico para cair na parte administrativa da empresa seria algo que não me agradaria. Mas faria isso, se fosse desejo do nosso tio.

𝙾 𝚋𝚎𝚋ê 𝚍𝚘 𝚖𝚎𝚞 𝚌𝚑𝚎𝚏𝚎 || ᴛᴀᴇɴɴɪᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora