ᴋɪᴍ ᴛᴀᴇʜʏᴜɴɢ...
Passei boa parte da manhã no auditório da empresa, numa reunião por causa da aquisição de mais uma loja em São Paulo.
Seria uma das maiores que tínhamos, e precisávamos unir toda a empresa para explicar que ficaríamos focados, nos próximos meses, em contratos, obras, planejamento, orçamento e nas estratégias de divulgação. Tio Geraldo presidiu tudo, com seu jeito sempre invejável de liderar. As pessoas o respeitavam. Gostavam de tê-lo no comando da empresa. Ele as fazia rir, mas também garantia sua atenção e seriedade quando necessário.
Eu o admirava.
Se algum dia tivesse a honra de substituí-lo, gostaria de ter metade de sua inteligência administrativa e seu tato para lidar com pessoas.
Ainda assim, eu precisei sair antes, porque tinha que preparar uma retificação em um contrato, que era urgente. Não era nada difícil ou que levaria muito tempo, mas queria enviar antes do almoço para ficar logo livre.
Assim que cheguei no andar da minha sala, fiz o que sempre fazia. De soslaio, deu uma olhada em Jennie.
Por mais que fosse quase uma sessão de tortura diária, porque ela parecia estar mais bonita a cada dia, não conseguia evitar. Desde que fizera sua escolha de nos afastar, eu a respeitava – como não poderia ser diferente –, mas era impossível não pensar no que teria acontecido se não fosse minha secretária.
Será que teríamos passado aqueles dois meses juntos?
Eu nunca conseguiria aquela resposta.
Só que vê-la chorar foi o que me surpreendeu naquele momento. E era algo que eu não poderia ignorar.
── Jennie? O que houve? ── indaguei nem tentando esconder a preocupação na minha voz.
Olhos marejados se voltaram na minha direção, e ela se esforçou para limpá-los imediatamente, mas eu continuei me aproximando. Uma pessoa passou no corredor, sem se voltar para nós, apenas concentrada em algo que tinha em mãos, mas cheguei à conclusão de que qualquer um poderia chegar e nos ver, então estendi a mão para ela, sem dizer nada.
Um pouco confusa, Jennie demorou para aceitar, mas logo se levantou, colocou sua mão dentro da minha, e eu a conduzi para a minha sala, onde fechei a porta.
── Senhor, não sei se é uma boa ideia ── ela falou enquanto eu ainda me virava para ela.
De fato, era a primeira vez que ficávamos sozinhos na minha sala desde o fatídico dia onde decidimos – ou ela decidiu – que seria melhor se não tentássemos ficar juntos novamente. Odiava que existisse uma barreira invisível entre nós, que ela tivesse se tornado tão reticente ao meu respeito.
Queria que, ao menos, pudéssemos ser amigos, e o fato de ela estar tão triste, ao ponto das lágrimas, me preocupava.
Ainda mais porque algo me dizia que poderia ter sido algum problema
dentro da empresa.
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𝙾 𝚋𝚎𝚋ê 𝚍𝚘 𝚖𝚎𝚞 𝚌𝚑𝚎𝚏𝚎 || ᴛᴀᴇɴɴɪᴇ
RomanceA secretária virgem seduzida pelo chefe viúvo Uma gravidez inesperada, um bebê mantido em segredo Um reencontro um ano depois... . Depois de ser traída pelo babaca do meu ex-namorado, decidi que a melhor forma de me vingar era saindo para um barzinh...