𝙲𝚊𝚙í𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟿

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ᴋɪᴍ ᴛᴀᴇʜʏᴜɴɢ

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ᴋɪᴍ ᴛᴀᴇʜʏᴜɴɢ...

Conversar era algo raro no meu dia a dia.

Eu não era um cara muito falador e um péssimo ouvinte. Então não havia muito sentido em tentar bancar o sociável e tentar diálogos inúteis, com pessoas que não me acrescentavam em nada.

Com Jennie, eu poderia passar horas e horas apenas falando e ouvindo-a.

Era natural, simples, como se compreendêssemos perfeitamente um ao outro, mesmo que fôssemos quase desconhecidos. Ou talvez esse fosse o
segredo. A falta de intimidade ou o fato de sabermos tão pouco um do outro tornava mais aceitável a ideia de que eu podia me abrir, mesmo que não fosse muito bom nisso.

Há quanto tempo eu não falava de Ísis daquela forma? E há quanto tempo uma pessoa não respeitava que eu ainda sentisse falta dela? Era como Jennie havia dito, em nossos corações, pessoas são insubstituíveis. Mesmo que algum dia eu conhecesse outra pessoa, ela fora uma parte da minha vida e não seria esquecida.

E tudo bem por isso.

Nos últimos tempos eu andava me martirizando por meus sentimentos, e com apenas algumas palavras uma menina – porque ela era uma menina – dissera tudo o que eu queria ouvir. E por mais que suas palavras fossem contra isso, nunca senti tanta vontade de beijar alguém naqueles cinco anos.

Nunca senti tanta vontade de dar uma chance ao destino e recomeçar.

Claro que eu não estava pensando em recomeçar com uma mulher que eu pouco conhecia, mas... com alguém.

E por que não poderia ser ela? A gente poderia começar devagar, não?

Poderíamos nos conhecer melhor, nos encontrarmos mais vezes até estarmos prontos. Até eu estar pronto. Até...

Porra, no que eu estava pensando?

Ou melhor... eu nem conseguia mais pensar. Jennie estava falando sobre um acontecimento engraçado entre ela e a amiga com quem morava, e eu queria muito prestar atenção, mas era impossível. Aquela boca... Por que eu estava tão vidrado em sua boca? E também na forma como a
movimentava conforme falava, em suas reações, na delicadeza de seus gestos e no quão meigo era o seu sorriso.

Ela era linda. Suavemente linda. A vontade de tocá-la se tornava cada vez mais insuportável.

── Ei, ta tudo bem? ── Jennie perguntou subitamente, interrompendo meus pensamentos.

Será que eu tinha ficado calado por tanto tempo? Será que percebeu que fiquei olhando como um bobo para ela? Pelo amor de Deus, eu tinha vinte e seis anos. Não estava mais em uma fase da minha vida onde uma mulher poderia me deixar daquele jeito depois de passar apenas algumas horas à minha frente, depois de alguns conselhos e por causa de um sorriso.

Eu era mais forte do que isso.

── Sim, tudo. Só fiquei um pouco aéreo de repente.

── Ah... ── Jennie se mostrou um pouco constrangida. ── Também, eu estou falando sem parar. ── Droga! Eu não queria que ela pensasse isso. Não tinha nada a ver com seu comportamento, com as coisas que dizia. Jennie era uma perfeita companhia, em todos os sentidos.

𝙾 𝚋𝚎𝚋ê 𝚍𝚘 𝚖𝚎𝚞 𝚌𝚑𝚎𝚏𝚎 || ᴛᴀᴇɴɴɪᴇOnde histórias criam vida. Descubra agora