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BROOKLYN

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BROOKLYN

Jordan me pediu para ir com ele ao shopping para o ajudá-lo a escolher um anel de noivado para propor para Liya, o que eu apoio completamente. Já entramos em duas joalherias diferentes e não achamos o anel certo, por isso estamos no estacionamento para pegarmos o carro e irmos em outro shopping.

- Acho que tem uma joalheria nova em Little Havana. Podemos passar lá depois. - eu digo enquanto pego meu celular do bolso. Tem uma mensagem da Cindy e outra do Aaron.

As coisas não tem estado muito bem como eu queria na máfia mas pelo menos não está havendo uma guerra civil. Aaron tem me atualizado constantemente sobre o que fazer e o que não fazer, sobre quem cuida do quê e onde e, principalmente, sobre os Cacciatori. Os El Marte não deram mais as caras e fazem duas semanas desde o acontecido.

Tenho tentado saber quem foi que matou o meu pai mas não tenho sinais, apenas sei que veio do topo de um prédio pela direção do tiro porém não tem rastros, digitais ou resquícios de qualquer coisa. Tudo o que sei é que a pessoa faz parte dos Cacciatori mas eu vou achar quem fez isso e vou matá-la.

Então eu ouço algo bater no chão.

Me viro e vejo Jordan caído. Sangue começa a se espalhar e eu automaticamente tento pegar na faca escondida na minha perna por debaixo do vestido mas uma agulha atinge meu braço e uma mão forte agarra meu pulso antes que chegue na faca e o segura em minhas costas.

- Finalmente te peguei, Del Rojo. - ouço uma voz masculina.

Me sinto perder o controle do meu corpo, os meus membros ficando mais pesados. Acho que tento me livrar da imobilização dele mas não consigo, sua mão está muito forte em volta do meu pulso. Minha visão começa ficar turva e eu olho para Jordan no chão. Mesmo em meio a poça de sangue em sua volta, ele está olhando para mim com preocupação. Ele tenta pegar sua arma mas uma garota pisa na mão dele com seu salto. Levanto meu olhar para ela. Eu a conheço. Madison Hudson. Essa filha da puta...

Essa é a última lembrança que tenho antes de fechar meus olhos e eles ficarem pesado demais para eu abrí-los. Quando acordo novamente eu decido não abrir meus olhos pois quero tentar identificar qualquer barulho que possa me indicar onde eu esteja. Meus pulsos estão amarrados acima da minha cabeça e eu mal consigo encostar meus pés no chão. Inclusive estou descalça mas pelo menos estou vestida.

- Fazem duas horas, já não era para ela estar acordada? - pergunta uma voz masculina meio rouca. Diferente da que eu ouvi quando fui pega. Como me deixei ser pega? E que tipo de droga eles usaram para me fazer apagar em menos de 5 segundos?

- Se quiser eu posso acordar ela em um piscar de olhos - Madison. Essa vadia vai me pagar por ter atirado no Jordan. Porra, o Jordan. Será que ele está vivo? - mas acredito que não vai ser muito divertido pra ela.

- Nem ouse tocar um dedo nela sem que eu mande. - a mesma voz fala com autoridade, então presumo que seja o Capo. Vincent Hacker.

Ouço passos virem na minha direção. Uma mão segura meu rosto com uma certa agressividade e eu faço uma careta, fingindo acordar. Me deparo com Vincent Hacker perto o suficiente de mim mas eu ainda não sinto totalmente partes das minhas pernas, portanto não acho que seja uma hora boa para tentar sufocá-lo. Ele sorri para mim.

‐ Ótimo, acordou. - e então ele me solta e se vira. Indo em direção até uma cadeira na minha frente, longe o suficiente para que eu não consiga me esticar até ela. Ele se senta e fica de frente para mim. - É bom finalmente conhecer você, Brooklyn Del Rojo. - ele coloca as mãos nos bolsos da calça de alfaiataria cinza que está usando.

A luz é fraca mas consigo ver bem suas tatuagens por seus braços descobertos. Ele está vestido com uma blusa branca, um visual para ficar em casa.

- Claro, queria ter conhecido antes mas acho que tivemos um certo problema devido ao acaso da vida. - ele fala com uma leveza que me dá vontade de estourar os miolos dele - Nós matamos seu pai e você estava matando outra pessoa enquanto isso. Muito bom para uma princesinha. - ele tira a mão do bolso para passar pelos seus cabelos loiros. Estavam quase cobrindo seus olhos.

Olho em volta, não reparando no ambiente mas sim nas pessoas. Tem um cara parado na porta e Madison está falando algo com ele. Filha da puta ainda é mais bonita de perto.

- Sei que você está preocupada com seu segurança - e então eu volto meu olhar para ele, atenta a cada palavra - mas ele vai sobreviver. Claro, não sem uma cadeira de rodas, mas nosso médico já tirou a bala dele. - ele sorri de lado e eu juro para mim mesma que assim que eu conseguir sair daqui eu irei arrancar cada um daqueles dentes e fazê-lo engolir um por um. - Não precisa me olhar com toda essa fúria, sei que ele é importante para você. Por isso mesmo pedi para Madison não matá-lo, apenas... - ele pensa um pouco - Imobilizá-lo.

Mordo minha bochecha por dentro para evitar falar qualquer coisa.

- Poxa, pensei que fosse do tipo que conversa. - o loiro inclina a cabeça de leve para o lado e faz biquinho. Idiota mas não posso deixar de pensar o quão ele é mais atraente pessoalmente. - Enfim, desde que você seja uma boa garota, ninguém vai encostar um dedo em você. - Hacker se levanta da cadeira - Mas se você fazer birra... - ele estala a língua - acho que terei que mandar brincarem um pouco com você.

Ele anda até a porta mas para e se vira.

‐ Aliás, parabéns pela promoção. Soube que virou uma Capo. A primeira dos Del Rojo. Incrível. - solta uma piscadela para mim antes de apertar um botão na parede de ela abrir como se fosse uma porta de elevador, então uma claridade absurda entra pelo lugar. Madison e Vincent saem do meu campo de visão.

Tento olhar para fora mas minha visão não se acostuma a tempo para saber se estou em algum tipo de galpão, pois a porta se fecha, ou se estou numa sala, o que eu acho uma opção mais plausível, afinal que tipo de galpão teria um botão quase invisível que abrisse uma porta como se fosse de elevador.

Eu olho para o cara na porta e ele está me olhando atentamente na sua postura. Mal posso vê-lo no escuro mas consigo observar o brilho de sua arma. Prata. Provavelmente foi encomendada e feita a mão. Movo meus dedos do pé e eu então percebo que consigo mover minhas pernas por inteiro. Ok. Se eles não vão me tratar mal se eu não fizer nenhum tipo de pirraça então vão ter que me trazer comida. Alguém vai ter que se aproximar o bastante para me dar comida na boca. Minhas aulas de defesa pessoal vão ter que valer alguma coisa.

Paro para pensar nas palavras que Vincent havia dito: "Claro, queria ter conhecido antes mas acho que tivemos um certo problema devido ao acaso da vida.". Será que, em vez de me matar naquele dia, ele queria na verdade e sequestrar e fazer isso que está fazendo no exato momento? Ele, talvez, de alguma forma pensou em me sequestrar e não matar meu pai. Eu senti um tom diferente com ele falando "nós". Será que foi sem o comando dele? Será que esse foi o acaso da vida?

[...]

Passo algumas horas, pensando no que fazer. Reparei, com muito esforço, que existem câmeras nas paredes, e o que quer que eu faça eu terei que fazer rápido. Apenas sei que é noite pois, quando a porta se abre, um homem aparece com um tipo de vasilha em mãos junto a uma garrafa de água. Quando ele se aproxima, consigo perceber que ele é o Kio.

- Hora da janta, mocinha. - ele levanta a comida para mim e então se vira para o cara na porta - Pode ir descansar, eu fico aqui com ela.

Ele simplesmente assente e sai pela porta, ela se fechando instantaneamente.

- Achei que você fosse mais alto. - me ouso a dizer sorrindo e ele sorri de lado, se aproximando lentamente de mim.

- E eu achei que você fosse mais parecida com seu querido papai. - ele sorri sarcasticamente. Porra. - Nossa, mas o sorriso fechou tão rápido, Brooke.

- Foi você quem me imobilizou e aposto que foi também o que matou meu pai. - eu trinco meus dentes após falar, analisando o ser a minha frente.

𝐆𝐔𝐍𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐊𝐍𝐈𝐕𝐄𝐒 ٪ 𝘷𝘪𝘯𝘯𝘪𝘦 𝘩𝘢𝘤𝘬𝘦𝘳 Onde histórias criam vida. Descubra agora