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BROOKLYN

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BROOKLYN

Ouço batidas na porta do apartamento em que vivo. Olho diretamente para Rachel, ela se levanta da poltrona em que estava para olhar no olho mágico da porta e então me olha.

- É ele, não é? - pergunto e ela assente. Viro minha cabeça para Thomas, dormindo em minha cama, passo meus dedos pelos seus ralos cabelos loiros. Eu sempre soube que um dia ele iria me encontrar, só não achei que fosse demorar tanto. As batidas são ouvidas mais uma vez -  Deixe-o entrar ou ele vai arrombar a porta. Pode ir também, acredite, ele não vai me machucar.

- Certeza? - a garota quer ter certeza e eu faço que sim com a cabeça.

Escuto o som de Rachel abrir a porta e o olho entrar, vendo de relance a garota sair. Está usando uma blusa preta de gola alta junto com uma calça de alfaiataria, seus cabelos estão um pouco mais longos desde a última vez em que eu o vi, porém ele parece de certa forma mais cansado. Exausto. Ainda sim, puxo uma faca de debaixo da cama para ele ficar a um metro de distância.

- Abaixa essa faca, Brooklyn. - ele diz, com calma e ao mesmo tempo com autoridade, suas mãos em seus bolsos - Estou aqui para ver meu filho - o mais velho dá mais um passo e eu me levanto da cama - Estou te avisando, abaixa essa faca.

- Se você só quer ver ele, por que trouxe guarda-costas? - aponto com a cabeça para o lado de fora. Sei que um dos meninos estão lá fora.

- Sabe que eu não saio sem guarda, certo? - ele dá mais um passo, encostando na faca. Não deixo de lhe encarar, seus olhos cor de avelã, quando ele me desarma, me vira de frente para a cama e coloca meu braço atrás de minhas costas, me imobilizando de certa forma - Aparentemente não tem treinado mais.

- Me solta, Vincent - forço meu braço mas sua mão está bem forte contra meu pulso, vejo Thomas acordado, apenas nos observando. Ele tem os olhos de Vincent. Eles são iguais. 

- Só solto se me deixar segurar a criança. - sinto sua respiração quente em meu pescoço, fecho meus olhos em relutância, porém faço que sim com a cabeça. 

Sua mão solta meu braço e ele dá dois passos para trás, eu me afasto, ficando do outro lado do cômodo. O vejo se sentar ao lado do bebê, sorrindo para Tommy. Cruzo meus braços, meus sentimentos confusos. Não quero ter de voltar para Orlando e colocar meu filho em perigo. Ele vai ser o alvo para atingir a mim e a Vincent e eu juro que se alguém tocar no meu filho, sou capaz de fazer as piores coisas que se pode imaginar.

- O voo é amanhã, às 10h, esteja pronta com Thomas - ele diz com um sorriso no rosto, brincando com o bebê. Meu filho solta uma gargalhada. Mil pensamentos se passam em minha cabeça, de como teria sido se eu tivesse ficado e então descoberto minha gravidez junto a ele, os ultrassons, presentes...

Engulo a seco.

- Orlando não é seguro. - mordo o lado de dentro de minha bochecha.

- Ninguém é maluco de tocar no meu filho, não é? - o loiro fala, mais para mim do que diretamente para Thomas, assim tocando o nariz do mais novo - Você sabe que se for preciso, eu faço da nossa casa um palácio impenetrável, - e então ele pega o bebê no colo e me olha - mas vocês voltarão pra Orlando comigo.

Sei que ele faria isso. Sei que vou ir embora com ele, apesar de ser teimosa, não quero causar problemas para Rachel. Ele está na razão, de certa forma. Eu deveria estar morta por tentar fugir da minha própria máfia, mas conheço Rachel há anos, quando houve uma união em nossa máfia e eu tive que vir para o casamento. O pensamento de Thomas estar em perigo...

- Você tirou meu filho de mim, Brooklyn. Perdi muitos momentos com ele, não acho que seja justo agora você ficar aqui. - caminho até o loiro e pego meu filho em meus braços - Você não tem proteção aqui. Não sei como sobreviveu até hoje, sabe que Camorra não tem a mínima obrigação de te proteger e muito menos proteger ele. 

Ando até a poltrona e me sento com o pequeno. Odeio essa sensação de não ter opções. Não tenho mais poder nenhum. Nesse ano que fiquei fora, virei uma pessoa fraca. Thomas virou minha fraqueza. Vincent me examina, ou melhor, examina a cena por completo. Ficamos calados por longos segundos, até que ele respira fundo e se levanta da cama.

- Esteja pronta às 9h que eu virei te buscar. - se aproxima. Passa a ponta de seus dedos pelo os fios de cabelo de Tommy. Olho para cima, encontrando seus olhos. Algo de repente brilha em seus olhos, algum tipo de esperança e meu estômago se embrulha, olho imediatamente para o chão. O que ele espera? Que de repente vamos virar uma família feliz? Que eu vou cozinhar de manhã cedo e ter um café da manhã em família? 

Vincent caminha até a porta, então saindo e fechando a mesma. Olho para meu filho e suspiro.

- Vamos fazer uma longa viagem, meu amor. - passo meu polegar em sua bochecha - Prometo fazer tudo pra não te colocar em perigo. Tudo. Tenho certeza que seu pai também fará o mesmo.

𝐆𝐔𝐍𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐊𝐍𝐈𝐕𝐄𝐒 ٪ 𝘷𝘪𝘯𝘯𝘪𝘦 𝘩𝘢𝘤𝘬𝘦𝘳 Onde histórias criam vida. Descubra agora