39- Não Faz Isso Comigo

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Ei, meus amores. Vamos de leitura?

7 dias sem Marília, meu coração sofre 🖤

(...)

Todo o interrogatório ainda martelava na cabeça de Gizelly, mesmo dias depois do ocorrido. Não conseguia pensar em outra coisa. As palavras de Eduardo ainda a importunavam, inclusive na hora de dormir. Por mais que tivessem mais respostas agora, parecia que não sabiam nada ainda. Tudo estava na mesa, mas não havia provas cabíveis para seguir com o caso. Infelizmente não era tão fácil assim.

Tinham o nome de Lucas, por exemplo, mas a única coisa que podiam fazer era manter em sigilo a informação para vigia-lo. Sem provas e ainda sendo da polícia, ele não sairia da audiência como culpado. O cara já tinha se safado de várias agressões a esposa, simplesmente passavam pano para ele e Gizelly se irritava muito por isso. Por não ser a sua área direta de atuação, não podia fazer nada quanto a isso, infelizmente. Mas agora... Com essa informação em mãos, faria o possível para juntar provas e o colocá-lo de uma vez por todas atrás da grades.

Outra coisa que não saía de sua cabeça era o fato de Eduardo ter falado sobre a esposa de Daniel. Como assim ele prometeu para a esposa que ia mata-la? Que merda era essa? Por mais que tudo tivesse dado errado com Marcela, ela teria contato caso isso acontecesse, não?

Essas eram as perguntas que sempre rodavam sua mente toda vez que se deitava para dormir. Inquieta, passava as mãos no rosto, suspirava, virava de bruços, mas nada era o suficiente para aliviar todas as dúvidas que possuía.

Ao mesmo tempo em que sentia saudades de Marcela, sentia medo do que ela representava nesse caso. Ela escolheu o ex marido (talvez não mais ex? De acordo com Eduardo), escolheu dar outra chance a ele e isso doeu como se uma faca tivesse adentrando lentamente em seu coração. Não era ciúme, era confiança.

Sim, a havia quebrado também. Tinha total noção do quão escrota havia agido com ela. Mas seu sexto sentido nunca foi de falhar. As vezes cometia algumas burradas, na maioria das vezes muitas, mas  ainda assim sempre foi de confiar nas intuições que sentia. Era difícil dar errado.

E dessa vez não foi diferente.

Ainda assim, será mesmo que Marcela era a tal esposa a qual ele se referiu? Tentou perguntar depois, mas ele desconversou, não quis falar a respeito. Tentou várias vezes, precisava saber disso, mas não conseguiu. Por já ter conquistado além da espectativa, deu-se por vencida depois de um tempo, embora por dentro sentisse necessidade de saber se era ou não ela. E se não era, quem era então?

Além disso, ainda tinha Felipe.

Que o atentado havia sido uma queima de arquivo sabia perfeitamente, mas o que será que ele sabia? Eduardo não soube dizer se ele estava ou não envolvido, somente que sabia demais e por isso tentaram elimina-lo.

Quatro dias depois do interrogatório - cinco desde a última vez que viu Marcela -, levantou cedo e foi até ao departamento resolver algumas pendências. Mesmo não aparecendo nenhuma outra vítima, Gizelly decidiu manter uma equipe vasculhando diariamente a lista de desaparecidos. Qualquer mulher desaparecida com idade próxima das vítimas era rapidamente anotada em um papel e passado para a equipe de investigação. A sargento pensou em absolutamente tudo.

Agora estavam sendo pressionados e precisavam estar sempre com um pé na frente, caso resolvessem intervir no caso.

Era quase três da tarde quando saiu do banheiro secando as mãos em duas folhas vagabundas de papel toalha. Antes de entrar no espaço destinado aos detetives, amassou o papel molhado e jogou a bolinha no lixo, as mãos ainda úmidas. Terminou de seca-las na calça, então caminhou até a mesa onde Ivy digitava um novo relatório no notebook. Havia pensado muito e já era hora de encarar todos os problemas que tinha, fugir não era mais solução para nada. E foi pensando nisso que falou com sua parceira:

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