Olha quem voltou?! Nem sei se ainda tem gente por aqui, mas eu prometi não abandonar.
Aconteceram tantas coisas na minha vida nesse tempo todo que viraria um capítulo se eu parasse pra contar tudo. Continuo extremamente sem tempo, mas estou inspirada outra vez, o que ajuda a escrever um pouquinho por dia. Eu não sei quando volto, não vou fazer promessas, mas vou tentar voltar em menos de uma semana.
Vamos tocar o barco aqui, porque o enredo de Santuário já está sendo preparado!
Beijos, meus amores.
Me falem, como vocês estão?
(...)
O lugar nada mais era que um espaço de areia isolado por cercas de madeira pintadas com tinta branca. As meninas estavam sentadas sobre a cerca, as pernas penduradas, observando Marcela montar com maestria. O pai estava de pé no chão com outro cavalo, de pelagem negra, segurando-o pelo freio.
Marcela poderia pensar em um milhão de coisas naquele momento e ainda assim não seria o suficiente para explicar o que estava começando a sentir por Gizelly. E ver o carinho que ela e Bernardo estavam tendo só fazia tudo piorar.
Mesmo assim, o momento de magia se dissipou ao perceber que ela estava ferida e com uma bolinha pesada e branca nos ombros. Gizelly não tinha jeito mesmo! Desse jeito nunca ficaria curada.
Quando ia abrir a boca para repreende-la, as sobrancelhas se unindo em uma careta brava, o cavalo de pelagem branca percebeu a abertura e a leve folga na rédea. Junto a um relincho alto, ele ergueu as patas dianteiras e empinou. Marcela apertou as pernas em volta da barriga do animal, apoiando firmemente os pés nos estribos e se segurou para não cair. Há muito não sabia o que era domar cavalos, por isso não contou com o coice assim que as patas tocaram o solo. O movimento forte a derrubou da sela e a jogou de costas na areia.
O ar foi expelido na mesma hora dos pulmões ao mesmo tempo em que o animal trotava em volta do cercado redondo, o focinho empinado, orgulhoso do que tinha feito. O chapéu voou alguns metros.
- Não entrem - o patriarca ergueu a mão para as meninas, ao vê-las ameaçarem pular da cerca.
Gizelly correu alguns passos e sentiu uma pontada forte. Tirou a criança das costas e se aproximou do cercado, segurando o pequeno pela mãozinha. Os olhinhos azuis estavam preocupados.
- Mamãe? - Ele chamou.
Marcela tossiu, a mão direita no peito. Ainda estava difícil de respirar. Seus olhos estavam presos no céu azul sem nuvens. O sol estava forte, mesmo sendo cedo. Precisou de alguns poucos segundos para conseguir falar.
Seu pai, que tinha amarrado a rédea do cavalo próximo a porteira, se aproximou e lhe estendeu a mão. Os cabelos grisalhos despontavam por baixo do chapéu marrom escuro, a mesma cor do couro das botas que usava. Sob um bigode espesso havia um sorriso brincalhão.
Pegou a mão dele, revirando os olhos e se pôs de pé com um pouco de dificuldade. Passou as mãos pelas roupas, tirando a sujeira da areia e respirou fundo. Só então se voltou para Gi e o pequeno.
- A mamãe está bem, meu amor - sorriu para ele e depois olhou para a morena. - Você não tem jeito mesmo, né? Nunca mais sarar desse jeito.
- O que eu fiz? - Gizelly semicerrou os olhos.
- Veio andando com o Be nas costas.
- Não foi nada, para de se distrair. Vai tomar um coice já, já.
- Não muda de assunto.
- Não queria atrapalhar a DR do casal - Bianca as alfinetou, chamando a atenção das duas. As outras três estavam rindo da cena. - Mas tem uma moça linda vindo para cá.
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A Informante
Ficción históricaSer mulher dentro do departamento de polícia nunca foi um trabalho fácil, mas Gizelly sempre foi uma pessoa que nunca de fato se importou com isso. Destemida e com a vida pessoal repleta de cicatrizes mal curadas, ela se vê responsável por um caso g...