Oi, gente. Como estão? Então, acabei sumindo porque somou estudo, trabalho e 15 dias sem ver minha namorada. Aí já viram, né?
Mas sinto informar que vocês precisam se preparar.
Beijos e essa semana ainda estarei de volta. Beijooooooooos
(...)
Gizelly ficou o tempo inteiro inquieta ao lado de Ivy, que havia levado para as duas um café da manhã delicioso. Mas não conseguiu comer quase nada, mal bebeu o líquido escuro e fumegante que tanto apreciava. Enquanto a amiga também permanecia em silêncio, aproveitou para olhar mais uma vez as imagens para ter mesmo certeza se era ou não o rapaz. Todas as vezes constatou que sim, não tinha como não o reconhecer. O outro só havia visto uma vez nos três dias de gravação, mas Gizelly também o conhecia. Enquanto olhava as imagens, pensava se deveria contar ou não para o capitão o que estava prestes a fazer.
- O que você acha? – Ergueu os olhos para a amiga, que agora estava em pé ao seu lado e mastigava o pão de queijo.
- Acho que você deveria agir primeiro e contar depois – Ivy foi sincera. – Foi por isso que eu quis te contar primeiro.
- Certo... – Gi mordeu o lábio inferior, ainda pensativa. Não podia ser coincidência. – Então vamos fazer.
Finalmente se levantou da cadeira giratória e pegou as cópias que tinham tirado da imagem congelada em diversos pontos. Nas folhas estava escrito as datas e os horários. Então, junto com a amiga, caminhou pelo enorme espaço entre as mesas, até chegar até uma em específica, em que um pequeno grupo de 4 policiais conversavam sobre um caso incomum, alguma coisa a respeito de uma mulher que esfaqueou o marido por ele tê-la traído. Ao que parece, a mulher não fez nada com a amante, o que Gizelly achou que era o certo a se fazer. O safado é ele, que é casado e estava com outra.
Quando chegaram, os homens a olharam um pouco sem entender a aproximação rara. Gizelly só chegava perto das pessoas para dar instruções ou pedir informações sobre os casos que delegava. Antes de começar a falar, a morena limpou a garganta e olhou para o rapaz alto. Ele a olhou tão confuso quanto os outros.
- Podemos conversar com você em particular? – Tentou ser o mais educada possível, algo que não era muito de seu feitio.
- O que aconteceu? – Ele disse, as sobrancelhas franzidas. – Está me olhando como se eu tivesse feito alguma coisa muito errada. Eu fiz?
- Não sei, é você quem vai me dizer. Podemos ir tomar um café lá fora ou ir para a sala de interrogatório, você que escolhe.
- Ei, interrogatório? Não, espera aí... você está me vendo como suspeito?
- Felipe, você quer que eu fale aqui na frente de todo mundo ou prefere se preservar pelo menos no início? – Gizelly já estava começando a perder a paciência.
- Papai já sabe o que você está fazendo?
- Já – mentiu. Ivy acompanhava tudo em silêncio, não tinha nem coragem de se intrometer nos assuntos dos irmãos. – E então?
- Tudo bem... – os ombros dele caíram. – Prefiro um café, não quero entrar na sala de interrogatório, todo mundo vai ficar falando que eu sou um suspeito.
A morena de olhos verdes arqueou as sobrancelhas para o que ele tinha acabado de falar. Quando foi que tinham falado que ele era suspeito de alguma coisa? Mas não abriu a boca, decidiu ficar em silêncio apenas observando, enquanto a amiga resolvia isso. Mesmo não gostando dele, sabia que ela gostaria de tomar a frente no interrogatório dessa vez.
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A Informante
Ficción históricaSer mulher dentro do departamento de polícia nunca foi um trabalho fácil, mas Gizelly sempre foi uma pessoa que nunca de fato se importou com isso. Destemida e com a vida pessoal repleta de cicatrizes mal curadas, ela se vê responsável por um caso g...