Nossa, eu ia vir na terça, mas a autora aqui tomou a vacina do covid e ta tendo reações desde terça 🙄
Mas cá estamos. Boa sorte!
(...)
- Como assim problemas? - Ivy disse do outro lado da linha, algumas pessoas conversavam perto dela.
- Ela não está atendendo o telefone. Acho que ele está lá dentro da casa dela - enquanto dizia, não tirava os olhos do portão, só por precaução.
- Calma, tenta ligar de novo e me fala se conseguir alguma coisa.
- Certo - encerrou a ligação.
Os faróis do carro estavam apagados, assim como as luzes do interior dele. Como já estava escuro, e o vidro era fumê, não dava para ver se tinha alguém dentro do carro. Gizelly foi na lista de chamadas anteriores novamente e ligou para Marcela outra vez. Ninguém atendeu de novo.
Então ficou parada dentro do automóvel, pensando no que fazer. Sabia que esse não era o momento de pensar, que precisava agir. Se realmente estivesse acontecendo alguma coisa, cada segundo era essencial.
Era isso que a deixava mais puta. Sempre teve cabeça para agir em situações extremas e de perigo, e agora estava deixando seja lá que sentimentos estava sentindo pela loira atrapalharem seu julgamento, que sempre foi o melhor do Departamento.
Foi nesse momento que seu celular começou a tocar. Tomou um susto com o barulho estridente. Estava com ele na mão e atendeu imediatamente quando viu de quem era o número.
- Sargento? - Uma Marcela confusa a chamou do outro lado da linha.
- Você está em casa? Por que não atendeu? - Gizelly praguejou em pensamento ao notar que estava demonstrando preocupação demais.
- Estou, aconteceu alguma coisa?
- Daniel está com você? - Uma pausa de silêncio. Gizelly fechou os olhos, torcendo para não ser o que estava pensando. - Marcela?
- Não, ele não está aqui.
- O que você estava fazendo? - Gizelly vigiava a rua, atenta. - Estou perguntando numa boa.
- Estava dando banho no Bê antes que esfrie - ela respondeu. - Gizelly, você está me assustando.
- Eu vou ficar aqui fora para o caso de ele aparecer. Não saia de casa.
- Mas...
Encerrou a ligação e praticamente jogou o aparelho no banco do carona. A vontade que tinha era de jogar pela janela. Irritada, bateu a cabeça no encosto do banco com força duas vezes e depois fechou os olhos, bufando. Que merda era essa que estava acontecendo? Não estava mais conseguindo raciocinar, estava agindo como uma adolescente apaixonada. A única diferença era que não estava e que não era adolescente.
Não tinha como se apaixonar tão rápido assim por uma mulher, era impossível, apesar de já ter um mês praticamente desde que se conheceram. Mas já estava ficando terrivelmente irritada com como essa estava mexendo com seu psicológico, com seu poder de julgamento. Respirou fundo um par de vezes e voltou a olhar para o portão. Ao lado, o celular começou a tocar outra vez, mas agora era Ivy.
- Está tudo bem - disse ao levar o aparelho ao ouvido.
- O que houve?
- Ela está em casa, vou ficar por aqui - fechou os olhos por um segundo e voltou a abri-los para olhar em volta na rua. - Pode começar a busca.
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A Informante
Ficción históricaSer mulher dentro do departamento de polícia nunca foi um trabalho fácil, mas Gizelly sempre foi uma pessoa que nunca de fato se importou com isso. Destemida e com a vida pessoal repleta de cicatrizes mal curadas, ela se vê responsável por um caso g...