Ravena
Acordei de tarde totalmente desesperada, com o coração acelerado, sensação de garganta fechada, suor, tremor e falta de ar. Eu sabia muito bem do que era esses sintomas, mas eu me negava a acreditar que eu teria uma crise de ansiedade na casa do Marlon, eu me negava a passar essa vergonha na frente de outras pessoas.
A taquicardia começou a piorar e eu pensei que meu coração fosse saltar de dentro do meu peito, eu tava desesperada mesmo, mas me negava a pedir ajuda. Comecei a chorar baixinho pra não acordar o Marlon e respirar fundo pra ver se de alguma forma eu me acalmava.
Matador: Ravena? o que tá acontecendo?- Quando ele viu que eu não tava respondendo ele segurou na minha bochecha.- Ravena o que tá acontecendo?- Eu queria falar pra ele o que tava acontecendo mas eu não conseguia. Um fato sobre a crise de ansiedade é que você simplesmente não consegue fazer nada, não fala, não anda, não reage, apenas sofre com aquilo.
Matador: Droga.- ele levanta.- eu não sabia que você tinha ansiedade.- ele senta na cama e me coloca pra sentar no colo dele de frente pra ele, coloco minha cabeça no ombro dele e choro descontroladamente enquanto meu coração bate acelerado.
Coisas que eu vivi em um "relacionamento" passado começam a reviver na minha mente, coisas que eu deixei que esse alguém fizesse comigo e ainda achava normal. O quanto eu sofri com essa pessoa.
Meu coração começa a desacelerar aos poucos enquanto ele passa a mão por meus cabelos sem dizer nada. O calor do corpo dele, as mãos dele passando pelo meu cabelo, a sua respiração no meu ouvido, o seu cheiro, tudo isso faz com que eu me sinta segura alí.
É como se aqui dentro desse abraço fosse meu lar.
Passamos uns 20 minutos nessa posição, tava tão bom que eu não tava querendo de forma alguma sair daqui. A minha crise tinha melhorado a uns 10 minutos atrás e eu tava aqui só sentindo o corpo quente dele me acalmar como se fosse a porra de um baseado.
Ravena: Me desculpa.- peço ainda com meu rosto na curva do seu pescoço.- Eu não queria te acordar, não queria que você presenciasse isso.
Matador: O que tu acha de tomar um chá? eu aprendi a fazer um chá bom pra caralho de maracujá que ajuda a acalmar. Faço sempre pra Luana.
Ravena: Não quero sair daqui não.
Matador: Claro que não quer né pow? Só eu que tô me fodendo todo pra me equilibrar aqui com tu encima de mim. Tu tá muito tranquila mermo, só se aproveitando do meu corpinho aí que eu tô vendo.
Nossa quando ele falou isso só faltou eu me enterra em um buraco de tanta vergonha que eu senti, tava tão na cara assim que eu tava gostando disso?
Levantei meu rosto do pescoço dele e olhei pro rosto dele com minhas bochechas pegando fogo de vergonha.
Matador: Ihh, tá com vergonha por que cara?- colocou meu cabelo pro lado e deu um cheiro no meu pescoço.- precisa ficar com vergonha não.
Ravena: A gente pode não falar sobre o que acabou de acontecer?
Matador: você que sabe, agora levanta aí que eu vou fazer um chá pra você.
A gente fez as higienes e desceu pra cozinha pra ele fazer esse chá dele, enquanto ele fazia o chá eu preparava os sanduíches pra gente.
Ravena: Marlon. Posso te fazer uma pergunta?
Matador: Não quero tu me chamando pelo meu nome na frente dos outros, tá entendendo?- concordei com a cabeça.- se as pessoas te virem me chamando pelo nome vão saber que tu é alguém importante pra mim e podem tentar te usar pra me atingir. Mas pode perguntar o que tu quer.
De tudo que ele falou agora a única coisa que eu entendi foi "Vão saber que tu é alguém importante pra mim", então eu sou alguem importante pra ele? Ou ele quis dizer apenas que as pessoas podem achar que eu sou alguém importante pra ele? Não sei, e isso não importa também.
Ravena: Você nunca falou sobre como entrou pra essa vida. Você não parece alguém ambicioso, queria saber como você chegou a ser essa pessoa que é hoje, procurado pela polícia, tem um monte de inimigo, mata um monte de gente a sangue frio. Como você chegou aqui.
Matador: ontem a noite quando você chegou bêbada me falou sobre um ex ficante seu que fazia " coisas " com você desacordada.- senti um frio na espinha quando ele falou isso, minha garganta fechou na mesma hora e eu senti como se o chão tivesse sendo aberto de baixo de mim, esse assunto né deixa bem mal, e saber que o matador sabe sobre me deixa mais incomodada ainda.- Esse com toda certeza não é um assunto que você se sinta confortável em falar, eu também não me sinto confortável em falar sobre a minha.
Ravena: Não quis ser incoveniente. Mas a gente poderia fazer um jogo.
Matador: Que jogo?
Ravena: Eu faço uma pergunta a você, e você me faz uma pergunta, ou a gente pode simplesmente ir revelando coisas aleatoriamente sobre a gente. Que tal?
Matador: Por mim tudo bem, mas só vou responder se eu quiser.
Ravena: Feito.- apertei a mão dele e a gente foi sentar na mesa quando tudo tava pronto.- esse chá de maracujá é maravilhoso.
Matador: Só não supera a esse teu chá de buceta, vai me dar quando de novo? Tô com saudades já.- ele chega perto de mim cheirando o meu pescoço.- gostosa.
Ravena: Primeira pergunta, por que você gosta tanto de cheirar meu pescoço?
Matador: Eu gosto do cheiro do seu pescoço. É no pescoço que fica concentrado a maior parte do cheiro da pessoa. Minha vez, qual o nome completo do seu ex ficante?- olho pra ele rindo com a sobrancelha erguida.
Ravena: Sério isso? Você quer gastar uma pergunta perguntando o nome do meu ex ficante?- ele concorda com a cabeça.- O nome dele é Marcos Vinicius Carvalho Souza.
Matador: Vou mandar matar ele.- ele fala sério e eu me acabado de sorrir, esse cara é o máximo.- Eu tô falando sério.
Ravena: Aham, sei.
Ele continua me olhando sério como se ele tivesse realmente falando sério. Eu olho pra ele ainda rindo sabendo que ele nunca faria isso, primeiro que ele nem conhece meu ex, e outra que não há um motivo que faça ele querer matar o meu ex.
....A ansiedade não é frescura e não deve ser tratada como. Então quando você vê uma pessoa passando por isso, tente passar o máximo de segurança a ela. Fiquem bem e procurem ajuda!
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atrás das máscaras (MORRO)
FanficBom seria se toda a maldade do mundo pudesse ser identificada pelo brilho de um olhar, talvez assim, não teria feito da vida uma passagem tão ingrata pra Deus, o criador. Hoje, onde me encontro nem posso dizer que a vida foi ingrata, pois eu que não...