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Matador

1 mês depois

Peguei uma cadeira sentando na laje das mulher fazer bronze com uma mochila cheia de arma. Comecei a limpar a minha AK-47 enquanto fumava um baseado olhando diretamente pra mulher na minha frente, caralho.

Ela tava vestindo um biquíni de fita fininho daqueles de fazer bronze enquanto passava aqueles óleos na pele e deitava no sol enquanto uma das mulheres que trabalha lá joga água nela com a mangueira.

Enfio o boné na cara e continuo olhando pra ela hipnotizado, ela olha pra mim também e eu sorrio gostando daquela troca de olhares da gente.

Olho pra barriguinha redondinha dela de 5 meses e sorrio todo bobo sabendo que meu filho que tá lá dentro, caralho irmão, no que eu me transformei mermo, tô nem me reconhecendo não, tá ligado?

Hoje é o aniversário de 23 anos da Ravena e eu fiz questão de alugar esse bagulho de bronze só pra ela. Ela achou um exagero, mas eu fiz questão.

Não tô permitindo que ninguém fora o Piauí, a Bruna e alguns seguranças cheguem perto da Ravena e do meu filho.

E quando meu filho nascer é que o bagulho vai ficar louco mermo, vai chegar ninguém perto, já falei pra ela, quando meu filho nascer eles vão ficar mais restritos ainda. Eu não tô permitindo que ela saia muito esses meses, a gravidez é de risco e as vezes ela desmaia ou tem enjôos que me deixam preocupado, então tá sendo cuidado máximo com ela.

Pelo jeito que as coisas andam o meu poder no tráfico só tende a aumentar e isso acontecendo o perigo aumenta mais ainda, tenho que manter eles fora do radar.

Até por que já tá rolando por aí que ela tá grávida. Eu sabia que esse assunto não ia ficar no baile, muita gente viu minha demonstração de afeto. Meus inimigos devem tá tudo feliz com uma notícia dessas, doidos pra querer me atingir de alguma forma.

Até meus inimigos que eu já finalizei devem tá se contorcendo no caixão querendo fazer o mal com minha família, parceiro.

Eu sou odiado pra caralho, tanto por bandido quanto por polícia e a população também. Na boca deles eu sou um monstro, e não tão errado não. Mas por minhas duas pessoas eu faço o que for, quero saber de nada.

A Ravena não concorda com essa restrição e segurança toda não e até acha exagero, mas irmão, eu não aguento mais perder ninguém não, não aguento mermo. Já perdi um filho e não vou permitir perder outro, nem que eu tenha que mover céus e terras, meu filho e minha mulher vão ficar bem.

Olho pra ela novamente vendo o sol iluminar mais a pele dela e sinto meu coração apertando. O medo tá me maltratando mais nesse momento do que em todos que eu já passei nessa vida–que não foram poucos–

Sinto minha cabeça doendo mais ainda quando lembro da fala do Peixão sobre  receber meu filho desmembrado dentro de uma caixa.

Porra, eu não sou uma pessoa boa não, mas isso lá é coisa de se falar pra um pai que tinha acabado de perder um filho? Slk, esse bagulho ainda me atormenta depois de meses.

Ravena: Por que você ficou com essa cara do nada.- Vejo ela aparecer em pé na minha frente. Nem percebi que ela tinha levantado.

Matador: Nada não, tô de boa.- Mexi os dedos tirando as cinzas do baseado.- Pode voltar pra lá, curti teu bronze.

Ravena: Não gosto de quando você não compartilha as coisas comigo, vida.- Sentou no meu colo e eu coloquei a mão na barriga dela.- Por que ela só meche quando você coloca a mão?

Matador: Ela não, ELE.- Joguei meu baseado do outro lado.- É por que ele sabe que tu é chata pra caralho e o pai dele é muito mais legal.

Ravena: A gente não sabe ainda, vou marcar a consulta pra próxima semana, talvez ela abre as perninhas.- beijou meu pescoço e eu arrepiei todinho.

atrás das máscaras (MORRO)Onde histórias criam vida. Descubra agora