Capítulo 30

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Jimin.

Após a coleta do material para o exame de compatibilidade, sou levado de volta ao quarto, onde encontro os meus pais conversando com o Sr. Jeon.

— Agora é só torcer para que dê tudo certo — a Sra. Jeon comenta enquanto me ajuda a subir na cama — E como está a Rosé, já conseguiram convencê-la a aceitar o tratamento?

— Ela pediu para conversar com o Jimin em particular. Ela disse que só depois da conversa nos dará uma resposta — a minha mãe me olha em súplica — Eu sei que a Rosé é muito difícil, mas te peço que tenha só um pouco mais de paciência...

— Não creio que ela tenha algo realmente importante para me dizer, mãe! — faço uma careta enquanto nego — Quanto menos contato tivermos, por enquanto, será melhor para nós dois. Não estou de má vontade, só não estou disposto a conversar com ela neste momento.

— Eu te entendo meu filho, mas não custa nada ouvi-la — minha mãe se aproxima segurando minha mão — Serão somente alguns minutos...

— Olha, a Rosé já deixou bem claro tudo que ela pensa ao meu respeito em diversas ocasiões, não acredito que ela tenha mudado sua opinião só por estar em um leito hospitalar — sou firme ao falar — Da última vez que estivemos sozinhos, ela tentou me prejudicar. Eu prefiro ficar o mais distante possível dela, espero que respeitem minha decisão. A minha obrigação, como irmão, já estou cumprindo, é o máximo que farei por ela.

— Ela já sabia que você não aceitaria conversar — o meu pai também se aproxima tentando me convencer — A Rosé sabe que você está com raiva pelo que ela fez, mas se você não for, ela disse que não aceitará o transplante. Tenta pelo menos ouvir o que ela tem a dizer, meu filho!

— Me desculpem, eu não acho que ela não esteja em condições de fazer qualquer exigência, pai! — levo meu olhar para a família Jeon buscando apoio — Não sou eu quem estou precisando dela, tampouco estou recusando ajudá-la, estou disposto a fazer minha parte, tanto que já fiz até o exame de compatibilidade, mas não quer dizer que eu esteja disposto a me aproximar dela. Talvez com o tempo, ela demonstrando que realmente mudou, quem sabe?

— O Jimin já deixou bem claro que não quer ter essa conversa, Sandara! — a Sra. Jeon se aproxima de mim ao lado do marido — Ele tem razão quando diz que está fazendo o seu melhor ao aceitar ser o doador, por tudo que ela já fez com ele. Vocês não podem obrigá-lo a fazer o que ela quer, só por um capricho bobo!

A minha mãe suspira, ainda me olhando, eu sinto que ela ficou triste por eu não aceitar falar com a Rosé, mas não me sinto confortável, não depois de tudo que ela me disse da última vez, e também pelo que ela tentou fazer.

— Eu estou tentando lhe dar uma chance, depois de tudo que ela passou. Eu sei não foi fácil pra nenhum de nós — a minha mãe diz cabisbaixa — Mesmo sabendo que a Rosé já te magoou muito, eu só estou te pedindo para dar a ela uma oportunidade de se aproximar. Eu não acredito que ela vá querer fazer ou falar algo ruim, nós estaremos do lado de fora do quarto, qualquer coisa você pode sair ou nos chamar. Eu tenho medo dela não aceitar fazer o tratamento, já que ela deixou bem claro que nem queria que soubéssemos que ela estava doente.

— Não acredito que eu vou dizer isso, mas por vocês, eu aceito conversar com ela! — percebo que meus pais estão tentando ajudá-la, estão se esforçando, não posso negar isso a eles, mesmo sabendo que será um grande sacrifício para mim — Se ela quer colocar exigências aonde nem caberia, eu também tenho as minhas, só aceito conversar com ela na presença de todos vocês, eu não ficaria sozinho com ela, ainda mais sabendo do que ela é capaz. Se ela não aceitar, eu deixo as coisas como estão e ponto final.

— Tudo bem, falaremos com ela, creio que ela irá aceitar. — a minha mãe me abraça — Eu sei que está sendo algo difícil pra você, eu te agradeço muito por isso.

Meus pais saem me deixando com a família Jeon. Eu me deito na cama e fico olhando para o teto tentando entender o quê a Rosé quer tanto falar comigo, eu sinto até medo, só de pensar no que ela pode estar inventando agora.  Certamente não é nada bom.

— Jimin, você não é obrigado a fazer algo só porque ela quer! — a Sra. Jeon fala me fazendo olhar pra ela — Como você mesmo disse, ela não está em condições de exigir nada.

— Eu só aceitei pelos meus pais — repondo após um longo suspiro — A Rosé é má, eu nem deveria dar atenção a ela, mas eu vejo que meus pais estão se sentindo culpados por tudo que nos aconteceu, e agora ela está precisando de ajuda.

— E por saber que seus pais estão se sentindo culpados, ela quer usar isso ao seu favor! — o Sr. Jeon que até agora estava calado se pronuncia — Você fez muito bem em exigir que a conversa seja em nossa presença, eu também desconfio que ela está tramando alguma coisa... E se for o que estou pensando, já tenho a resposta prontinha para ela.

— Já imagino o que você está pensando, se for realmente isso, ela não irá conseguir o nosso apoio — a Sra. Jeon anda em direção a porta do quarto — Nem que isso acabe com amizade de uma vida inteira, eu jamais aceitaria.

O Sr. Jeon segue pelo mesmo caminho que a esposa me deixando confuso.

— Do quê eles estão falando? — penso enquanto os observo saindo do quarto.

Somin.

Saio do quarto, indo para o corredor, sendo seguida por meu marido, que nem precisei chamá-lo para que ele entendesse a minha intenção.

Ao sentar no banco que tem no corredor, Wonwoo senta ao meu lado, segura minha mão.

— Algo me diz que a Rosé está tramando alguma chantagem emocional, pra convencer o Jimin a fazer o que ela quer — Wonwoo comenta — Creio que ela saiba exatamente o quê dizer para conseguir que ele aceite.

— Eu sei muito bem o que ela quer, mas ela precisa estar somente com o Jimin pra soltar todo o seu veneno — afirmo olhando para o meu marido — Mas eu tive uma ideia para desmascarar ela, nós vamos...

— Mãe, pai, está tudo bem? — olho para trás e vejo os meninos nos olhando preocupados — Aconteceu alguma coisa?

— Não, meu filho, está tudo bem — sorrio me levantando para abraçá-los — Eu só precisava conversar algo com seu pai, então, viemos aqui para não incomodar o Jimin que está descansando.

— Ele já fez o exame? — Hoseok pergunta.

— Sim, ele está acordado, vão lá falar com ele — empurro os meninos em direção à porta — Vou aproveitar que vocês estão aqui e resolver algumas coisas, daqui a pouco estaremos de volta.

Jungkook.

Fico parado no corredor observando meus pais se afastando, sinto que está acontecendo alguma coisa. Eu tenho sentido que Jimin está muito triste. Enquanto vinha para cá, senti sua angústia novamente, sempre que isso acontece, tem algo a ver com a Rosé. É sempre ela que deixa meu amor  angustiado.

Entro no quarto, vejo o Yoongi e o Hoseok abraçados ao Jimin, que sorri animado enquanto conversa com os dois amigos. Eu acho tão bonita a amizade deles, o cuidado que eles têm um com os outros.

— Oi meu amorzinho, você está bem? — me aproximo selando seus lábios — Meus pais foram resolver alguma coisa e disseram que já voltam. Aconteceu alguma coisa enquanto estávamos fora?

— A Rosé exige falar comigo para só depois aceitar fazer a cirurgia — Jimin explica e seus amigos ficam tão chocados quanto eu — Ela queria uma conversa particular, mas eu não aceitei...

Jimin conta pra gente tudo que aconteceu antes da nossa chegada.

— Certamente ela está pensando em aprontar alguma — Yoongi afirma — Boa coisa não é!

— Sinceramente, eu não aceitaria essa conversa — Hoseok diz olhando para o Jimin — Eu tenho certeza que ela quer falar algo que irá te machucar muito, provavelmente para você desistir de ser o doador, e ela sair de vítima na história.

𝙇𝙤𝙗𝙤𝙨 (𝐉𝐢𝐤𝐨𝐨𝐤) Onde histórias criam vida. Descubra agora