Capítulo 40: Deus é minha ajuda

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Em um quarto escuro e sem vida, a mulher de ouro despertou de seu deleite, alegre e inerte, de semimorta. A chuva caia como caiam os bons e maus caráteres, os bons e maus anjos, as boas e más lamentações. Confusa, Lucy se dirigiu para fora da cama, ela teve algumas dificuldades para se movimentar, mas mesmo assim insistia. A enfermeira que acabou de aparecer no inóspito quarto foi ajuda-la. Ela recebeu uma mão em seu ombro direito e uma perfuração no pescoço logo em seguida.


Lucy largou-a no chão e continuou a cambalear até a saída do quarto. Em sua mão direta um punho fortemente fechado. Em sua mão esquerda, o bisturi que havia pegado ao lado da cama em uma bandeja e seu anel, mas em seus olhos um olhar de morte pouco coberto pelos pequenos fios dourados que grudavam em sua testa suada.


Lucy saiu para o corredor e após olhar para os lados não teve a mínima ideia de para qual lado ir.


Com a chuva cada vez mais forte, um veículo de grande porte que passava por perto derrapou na rua e derrubou um dos postes elétricos na colisão. O hospital ficou ainda mais hostil para Lucy. Para ela alguém que tramava uma armadilha para ela havia desligado as luzes. As luzes de emergência foram acionadas e os geradores manteriam os equipamentos funcionando.

Trazendo aqueles feixes verdes e vermelhos no meio da escuridão.

Com exceção dos aparelhos, todo o resto do prédio escureceu. A pouca iluminação que se mantinha era dos clarões dos relâmpagos e nas encruzilhadas dos corredores pelas luzes de emergência.


Funcionários do recinto andavam pelos blocos hospitalares procurando anormalidades. Um deles encontrou uma moça de joelhos caída no chão que tremia pela dor que sentia no abdômen:


-Senhora? Atenção. Encontrei uma paciente no corredor C-08. -Avisou pelo rádio. - Ela... –Foi interrompido.


Do outro lado da linha só se ouviam alguns gritos, suplicas e murmúrios de dor.


Lucy já tinha matado dois naquele momento. E muitos ainda estavam por vim...


Ela ainda que tentasse não consegui ir muito além, os pontos em sua barriga estavam sangrando e ela, teimosa, insistia em ir adiante. Repetindo o nome da filha ela se arrastava pelas barras nos corredores.


-A... A... A...


Uma das visitas que sairá de um quarto avistou uma figura agarrada a parede do corredor. Encoberta pelas sombras da chuva, ela era pouco visível. A mulher só foi podendo enxerga-la à medida que os raios clareavam o ambiente.


Confusa ela fui se aproximando.


Um clarão, a mulher estava abaixada.


Um segundo clarão, a mulher estava de pé com o rosto coberto pelos cabelos.


Um terceiro, a mulher estava frente a frente com a figura misteriosa.


Um quarto e último clarão revelam a lamina já erguida e o ultimo silêncio era interrompido pelo grito da mulher.


Um sexto clarão revela o terceiro cadáver. O silêncio voltou a se instalar.


Pouco a pouco ambiente se mesclava com duas cores. Sangue que pingava e o que escoria.

-Ri... Az...

A área hospitalar C havia sido transformada em um filme de terror. Assim como o arcanjo da destruição. Lucy se tornou a sua esperança em forma de destruição.

Deixando de ser a menina de antes. Deixando de ser aquele poço de virtude, de inocência, de ternura deixando, de ser um anjo e passando a ser um demônio, passando a ser forte como As.

-Az-ri...


~*~


Estávamos nos preparando para o ato final desta história toda. Meu sogro iria para um evento comercial de transnacionais e nós iríamos lá também:

-As quer que eu vá ver a Lucy?

Olhei para ela com um ar de arrependimento. Eu não me sinto bem, me sinto culpado, mas pedir desculpas é algo que eu não sou muito bom, na verdade eu não sei quais palavras usar:

-Quero sim Elsa, por favor. –Ela assentiu.

Saímos todos com pressa, nossos papeis estavam decididos, nossos lugares marcados, era só apresentar. 

Lucy...

O meu DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora