Capítulo 19: O pai

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Abri a porta da casa dos meus pais e já chamei minha mãe para ela ver o que estava acontecendo.


Nunca vi uma pessoa daquele jeito, toda contorcida e suando sem parar, lábios trêmulos e olhos inchados de tanto chorar, resmungos como o de um fantasma. Era assustador. Temi mais pelo que estaria por vir, mas sem perder o foco expliquei tudo a minha mãe, e ela me disse uma série de possíveis causas, uma mais improvável que a outra.


Minha irmã presenciou a cena, e pedi que se retirasse, ela me perguntou o que estava acontecendo, o que eu não gostaria era de ter pessoas ali assustadas, quer dizer o mínimo possível né. 

Enfim! Sai pirralha.


Minha mãe começou a examinar Lucy minuciosamente:


-As essa menina é alérgica a alguma coisa?


-Não, ela não é.


-Entendo – Pensou um pouco – Essa garota está transtornada, é causa psicológica, já já ela para.


-Mãe o que será que causou isso?


-Medo filho, o medo.


-Medo de que.


-De alguém. Muito provavelmente. Deixe-a ai, mais tarde de manhã volte para busca-la. –Fui abrir a boca para protestar, mas ela já ia se adiando – Fique tranquilo, vou ficar perto dela, qualquer coisa estarei aqui ao seu lado.


Derrotado, voltei para casa principal. Sozinho outra vez. O que será que tinha causado aquele pânico todo nela de uma hora para outra? Eu não sabia, mas iria saber?



~*~



Acordei suada e ofegante. O que foi tudo aquilo? Eu estava confusa, desesperada, preocupada, assombrada pelo meu passado:


-As? Onde ele tá? –Tentei me levantar.


-Calma ai mocinha. –Levi entrou no quarto sem que eu percebesse. –Você acabou de acordar.


-Levi? Minha cabeça dói. Onde é que tá o As?


-Antes de tudo, você não está muito bem e em segundo lugar irei pedir a meu filho que de um jeito no seu jeito de falar. Parece uma depravada.


Levi me deixou no quarto e comecei a me lembrar do que tinha acontecido mais cedo.

Finalmente entendi o que estava acontecendo: eu passei mal e causei preocupação a todos. Principalmente ao As, ele não sabia o que estava acontecendo...


-Levi! –A chamei. – Se-será que pode ir chamar seu filho? Por favor.


O meu DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora