Capítulo 11: Parentes

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Já era de noite quando meu celular tocou, era o porteiro e me dizia que haviam duas pessoas no térreo me esperando, então disse a ele que me descrevesse-as e me dissesse seus nomes, depois disso pedi a ele que as deixasse subir.



É engraçado que venha alguém da minha família atrás de mim que não sejam meus pais ou irmãos:


-Onde você vai?

-Lu vista-se, temos visitas...

-Quem?

-Você vai ver e, há, não responda coisas desnecessárias!


~*~


Bom, sem me queixar fui me vestir. 

Não vou mentir, o fato de virem pessoas em casa sem que As se incomode e não me diga quem são me deixa... Curiosa talvez, mas isso não vinha ao caso. O mais importante era me arrumar bem e sem demorar. Não fiquei muito indecisa, peguei um mini short e uma blusa de margas curtas com algumas borboletas em azul- marinho e cinza que batiam suas asas. Pareciam que fugiam de algo e isso chamava muito a minha atenção, elas fugiam com tanta pressa e ainda sim com delicadeza, como uma taça de vidro que se partiu no chão de um salão durante um casamento.


Quando fui para o andar debaixo, me deparei com um homem dos cabelos armados e ruivos, tinha uma jaqueta de couro que destacava seus cabelos e uma blusa por baixo branca, usava bermudas rasgadas e largas e estava descalço. Descalço?


Que folgado, já a mulher estava com um tipo de penteado estranho,  onde o cabelo lateral esquerdo era preso do lado direito, passava por cima do topo da cabeça e cobria parte de seu rosto. Eram da cor do mel. Achei eles muito bonitos, e estava de blusa de frio aberta e por baixo um biquíni que era vermelho com um desenho de um pássaro laranja, usava uma calça e também descalça! Que coisa é essa, mania de ficar descalço, será?


-Quem é ela Asmodeus?

-Er... Será que pode ser só As? Por favor Catarina? 

As conhecia aquelas pessoas afinal de conta.


-Não. Foi o nome que você recebeu, por qual outro devo chama-lo? –Nossa que autoritária –Você mulher, venha cá.

-Muito prazer.

-É, também. As quem é essa loira? Uma amiga?

Ela reclama do pedido de As, mas atende ele assim mesmo.

-Cat, não disperse o assunto da conversa. –As se intrometeu.


-Deixa comigo agora. –Dizia o homem- Moça temos assuntos sério a tratar com o seu... Amigo... Será que pode nos dar licença um minuto?

Eu não acho educado expulsar alguém da própria casa.

-Ela vai ficar, se o problema for Cataria ela que espere lá fora.

-Cat fica lá fora amor, por favor... –Dito isso a jovem se retirou –As você vai levar ela lá?

-Vou.

-Vou? –Eu vou?

-Na casa da minha família esqueceu.

Então aquelas pessoas estavam ali por causa disso. Agora as coisas estavam aparecendo.

-Ah, ele é algum irmão seu?

-Primo. –Disseram juntos- Ela também...


-Espera, vocês são primos do As? –Assentiu- E estão namorando?

-Casados, se estranhou a falta da aliança. -Me mostrou sua mão –Eu não tenho o anelar.


Que horror. Nunca vi alguém sem o dedo ou o braço. Pode ser maldade pensar isso, mas era sensação que tive quando olhei a falta do dedo. Parecia que tinha sido arrancado por uma mordida.

-Então pode ir até eles e dizer que nós vamos mesmo.

-Certo, então nós já vamos...

-Esperem! –Fui dizendo –Não querem ficar para jantar?


~*~



Droga Lucy, eu avisei que não devia dizer nada além do necessário, estou até vendo que Sarzaks vai perder outro dedo:

-Muito obrigado pelo convite, mas infelizmente Srtª Maledictus... Até mais.


Saíram.

Lucy passou a me olhar e aquilo me intrigou:

-Quê?

-Nada, agora me diz o que é esse Maledictus. Me pareceu mais uma exigência.

-Hum, você quer o resumo ou a história toda?

-Só o principal.

-Seu sobrenome de família.

-Mas esse não é o meu sobrenome! 


-Sim sim, mas entenda que esse seria o sobrenome que você irá usar na casa dos meus pais. Na verdade será o seu único sobrenome.

-Você não pode impor algo assim. Que tipo de direito você tem para decidir meu sobrenome?

-É um dos meus direitos como seu marido.


Por favor Lu, não entenda errado. É tradição.

-É tradição. –Lhe respondi.

Fui voltando para o quarto dormir.


-Ah, a propósito –Me virei a ela –Quando nós vamos vê-los?

Acho que Lu queria saber se iriamos logo. Não achei que fosse importante dizer e acabei deixando de comentar antes.

-Hum... Acho que nossas passagens estão marcadas para amanhã cedo.

-Amanhã cedo?!

-É, não ouviu não? Está surda? Achei que isso acontece quando fosse mais velha...

-Tá, mas sei lá, me avisava antes a tempo de prepara uma mala, falar com a minha supervisora.

-Calma, tudo está na mais perfeita ordem.


Ela cruzou os braços e começou a me olhar de lado fazendo bico

-Diga a sua chefe que você vai atrás "Da vida pessoal do mecânico Asmodeus!" –Disse em meio a tom de manchete.

Ela riu.

-Qual a graça?

-"Mecânico"?

-Eu faço as minhas motos e carros, mas pode dizer como empresário de automóveis se quiser.eu lido com uma parte da empresa e com outra aqui e ali. Mas a parte de motociclismo é exclusiva minha e do Azazel. Não tenho nenhum outro que me perturbe.


-Tá né, mas e sobre as roupas? Senhor empresário.

-Minha família tem alguns costumes e um deles é o uso de roupas adequadas, e como eu já tenho e você não, vá com a roupa do corpo que lá você vai se vestir igual a mim.

O meu DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora