Já era de noite quando meu celular tocou, era o porteiro e me dizia que haviam duas pessoas no térreo me esperando, então disse a ele que me descrevesse-as e me dissesse seus nomes, depois disso pedi a ele que as deixasse subir.
É engraçado que venha alguém da minha família atrás de mim que não sejam meus pais ou irmãos:
-Onde você vai?
-Lu vista-se, temos visitas...
-Quem?
-Você vai ver e, há, não responda coisas desnecessárias!
~*~
Bom, sem me queixar fui me vestir.
Não vou mentir, o fato de virem pessoas em casa sem que As se incomode e não me diga quem são me deixa... Curiosa talvez, mas isso não vinha ao caso. O mais importante era me arrumar bem e sem demorar. Não fiquei muito indecisa, peguei um mini short e uma blusa de margas curtas com algumas borboletas em azul- marinho e cinza que batiam suas asas. Pareciam que fugiam de algo e isso chamava muito a minha atenção, elas fugiam com tanta pressa e ainda sim com delicadeza, como uma taça de vidro que se partiu no chão de um salão durante um casamento.
Quando fui para o andar debaixo, me deparei com um homem dos cabelos armados e ruivos, tinha uma jaqueta de couro que destacava seus cabelos e uma blusa por baixo branca, usava bermudas rasgadas e largas e estava descalço. Descalço?
Que folgado, já a mulher estava com um tipo de penteado estranho, onde o cabelo lateral esquerdo era preso do lado direito, passava por cima do topo da cabeça e cobria parte de seu rosto. Eram da cor do mel. Achei eles muito bonitos, e estava de blusa de frio aberta e por baixo um biquíni que era vermelho com um desenho de um pássaro laranja, usava uma calça e também descalça! Que coisa é essa, mania de ficar descalço, será?
-Quem é ela Asmodeus?
-Er... Será que pode ser só As? Por favor Catarina?
As conhecia aquelas pessoas afinal de conta.
-Não. Foi o nome que você recebeu, por qual outro devo chama-lo? –Nossa que autoritária –Você mulher, venha cá.
-Muito prazer.
-É, também. As quem é essa loira? Uma amiga?
Ela reclama do pedido de As, mas atende ele assim mesmo.
-Cat, não disperse o assunto da conversa. –As se intrometeu.
-Deixa comigo agora. –Dizia o homem- Moça temos assuntos sério a tratar com o seu... Amigo... Será que pode nos dar licença um minuto?
Eu não acho educado expulsar alguém da própria casa.
-Ela vai ficar, se o problema for Cataria ela que espere lá fora.
-Cat fica lá fora amor, por favor... –Dito isso a jovem se retirou –As você vai levar ela lá?
-Vou.
-Vou? –Eu vou?
-Na casa da minha família esqueceu.
Então aquelas pessoas estavam ali por causa disso. Agora as coisas estavam aparecendo.
-Ah, ele é algum irmão seu?
-Primo. –Disseram juntos- Ela também...
-Espera, vocês são primos do As? –Assentiu- E estão namorando?
-Casados, se estranhou a falta da aliança. -Me mostrou sua mão –Eu não tenho o anelar.
Que horror. Nunca vi alguém sem o dedo ou o braço. Pode ser maldade pensar isso, mas era sensação que tive quando olhei a falta do dedo. Parecia que tinha sido arrancado por uma mordida.
-Então pode ir até eles e dizer que nós vamos mesmo.
-Certo, então nós já vamos...
-Esperem! –Fui dizendo –Não querem ficar para jantar?
~*~
Droga Lucy, eu avisei que não devia dizer nada além do necessário, estou até vendo que Sarzaks vai perder outro dedo:
-Muito obrigado pelo convite, mas infelizmente Srtª Maledictus... Até mais.
Saíram.
Lucy passou a me olhar e aquilo me intrigou:
-Quê?
-Nada, agora me diz o que é esse Maledictus. Me pareceu mais uma exigência.
-Hum, você quer o resumo ou a história toda?
-Só o principal.
-Seu sobrenome de família.
-Mas esse não é o meu sobrenome!
-Sim sim, mas entenda que esse seria o sobrenome que você irá usar na casa dos meus pais. Na verdade será o seu único sobrenome.
-Você não pode impor algo assim. Que tipo de direito você tem para decidir meu sobrenome?
-É um dos meus direitos como seu marido.
Por favor Lu, não entenda errado. É tradição.
-É tradição. –Lhe respondi.
Fui voltando para o quarto dormir.
-Ah, a propósito –Me virei a ela –Quando nós vamos vê-los?
Acho que Lu queria saber se iriamos logo. Não achei que fosse importante dizer e acabei deixando de comentar antes.
-Hum... Acho que nossas passagens estão marcadas para amanhã cedo.
-Amanhã cedo?!
-É, não ouviu não? Está surda? Achei que isso acontece quando fosse mais velha...
-Tá, mas sei lá, me avisava antes a tempo de prepara uma mala, falar com a minha supervisora.
-Calma, tudo está na mais perfeita ordem.
Ela cruzou os braços e começou a me olhar de lado fazendo bico
-Diga a sua chefe que você vai atrás "Da vida pessoal do mecânico Asmodeus!" –Disse em meio a tom de manchete.
Ela riu.
-Qual a graça?
-"Mecânico"?
-Eu faço as minhas motos e carros, mas pode dizer como empresário de automóveis se quiser.eu lido com uma parte da empresa e com outra aqui e ali. Mas a parte de motociclismo é exclusiva minha e do Azazel. Não tenho nenhum outro que me perturbe.
-Tá né, mas e sobre as roupas? Senhor empresário.
-Minha família tem alguns costumes e um deles é o uso de roupas adequadas, e como eu já tenho e você não, vá com a roupa do corpo que lá você vai se vestir igual a mim.
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O meu Demônio
Romance"Não tenho muito que contar, mas o que puder irei dizer. Nunca quis que você passasse por isso. Nunca desejei..." "Não tem com o que se desculpar. Eu te amo e lhe aceito por inteiro. Queira ou não" obs: não consigo editar a historia antiga, repostan...