Capítulo 2: A tarde daquele dia

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Chegando na empresa eu já estava me preparando mentalmente para os sermões... Do tipo: "Que tipo de chefe fica 19 dias sem trabalhar em pleno 2º semestre!" ou algo assim.



Fui chegando perto do elevador, cumprimentei a secretária e fui seguindo a sala de reuniões, era a 4ª sala a direita de um longo corredor pintado de branco e azulejos azuis, eu gostava daquele tipo de ambiente.



-Bom dia – Dizia já entrando, mas para minha surpresa todos começaram a me aplaudir e me abraçar. Assim que todos me cumprimentaram, Zel veio até mim com a mão estendida.

-Está melhor?


-Estou, mas o que é tudo isso?


-Azazel nos contou que você estava melhor e que iria voltar a empresa, todos nós ficamos muito felizes com o seu retorno, senhor. –Disse um dos funcionários.


-Ah, então foi isso? Ual...Eu realmente, eu não esperava que algo assim fosse acontecer, bom eu sei que posso parecer chato, mas vamos aos negócios por favor me digam tudo que eu preciso saber sobre o que aconteceu nestas últimas semanas...




-Nossas vendas não sofreram grandes alterações, ainda sim, não tivemos muitas ideia para o projeto deste semestre, a senhorita Martin nós deu a ideia de fazer um lançamento especial de 5 anos de empresa com 5 novos carros, estávamos apenas esperando o seu consentimento e autorização.



Eu processei aquela informação que recebi e fui logo tirando minhas duvidas e afirmando outras:


-... Bem, não posso dizer que é uma má ideia, mas eu quero saber quais são os modelos já que eu não projetei nada! Eu não ligo de vocês tomarem as decisões sem eu estar aqui, mas quero apenas ser informado quando eu tiver de projetar novos modelos, temos ai 4 meses não?


-3 Senhor. -Disse um dos executivos.


-Apenas 3! E eu não fiz nem os rascunhos do modelo.



Todos ficaram em silencio. Eu observei a reação de cada um, mas o que mais me incomodou foi a do Azazel com a testa erguida.


Eu sabia que não era culpa deles, e dava para ver que ele queria me dizer isso me encarando daquele jeito, ainda por cima eu sabia que ele iria me dar um sermão assim que aquela reunião fosse encerrada e isso era uma coisa que não devia acontecer. Faltava muitas perguntas minhas que não haviam sido respondidas, mas também eu não estava dando chance deles dizerem algo.


-Pois bem, eu vou começar a trabalhar nos modelos e vocês façam o que tiver de ser feito, bom trabalho pessoal, podem se retirar agora.


~*~




Entrei em meu escritório com pressa. Eu queria estar sozinho naquela hora e infelizmente isso não seria possivel.


-Não tenho de dizer nada a você não é?


-Será que nem aqui no meu escritório você vai me deixar em paz?


-Você já sabia que eu viria aqui As, por que está tão surpreso? –Não havia mentiras no que ele dizia


-Isso é verdade, mas você também deve ter um bom senso não?


-...


-Eu tenho de trabalhar nos modelos, lembra?



Vou usar a razão a meu favor, ele não pode ir contra isso!

-Está bem, amanhã quero pelo menos meia planta desenhada! Vou me retirar agora, SÓCIO!

-Tudo bem...

-Boa noite...- Ele fechou a porta

Ele tocou na feriada, você não engole as coisas fácies cara...


~*~


Eu estava em casa já, coisas que não mudam é o meu hábito de levar trabalho da empresa para casa.

Ritual padrão: Acender as luzes, cumprimentar o cachorro, pôr os papeis em cima da mesa do escritório, abrir a geladeira, tomar umazinha, tomar o banho e assistir um pouco de desenhos, sei lá, vendo o quão bobo eles são e o simples jeito de encontrar uma solução que eles tem me inveja.

O meu DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora