Capítulo 4: Porção para três

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Já era por volta das oito da noite e eu já estava me arrumando, estava suando muito desde que cheguei de lá

-Será que ela aceitaria um aborto?

Nessa hora eu quis me estraçalhar. Memorias voltaram de uma vez só e rangi os dentes em ódio a mim mesmo, eu sei que foi só um pensamento vagante, daqueles que vem e vão, mas não queria aceitar o fato daquilo ter estado na minha cabeça. 


E sem nem perceber eu havia quebrado o espelho do banheiro.


Algumas vezes nós esquecemos quem somos, e naquela instante eu me lembrei de que era.

-Droga... Onde eu deixei a minha carteira? Não está atrás da mesa, e nem do armário!

A cada móvel que eu dizia eu o derrubava no chão. Acho nem um pouco charmoso esses ataques de raiva, mas eu não ligo mais. 

–Ahh!!! Será que está encima da televisão? Não?! Então será que eu deixei cair atrás da geladeira?!


Voltei a me controlar e me lembrar do quão cego eu fui, não com o que eu via, mas com o que eu não tinha visto.


Gritei para cima em fúria. Onde quer que esteja, espero que tenha escutado.

Tem coisas que as pessoas não gostam de serem lembradas e aquela era uma delas.


Sem perceber eu destruí 3 cômodos do meu apartamento. Eu passei a ter dificuldades para ter estes ataques de raiva, raramente aconteciam, mas quando aconteciam...


Azazel uma vez disse que foi preciso que ele e Leo me segurassem para não continuasse a deferir socos em Bellzebu. Ainda não sei o que ele tinha me feito de mal, mas que no momento seguinte eu estava com os dois nas minhas costas e ele no chão.


~*~


Demorei um pouco para chegar lá, apesar de ser a seis quadras de onde morava eu não tinha pressa para ir até lá. Por causa da barulheira ainda lembro-me da cara de espanto dos vizinhos de baixo de quando eu sai do apartamento, devo desculpa a eles depois desse dia...


Era um restaurante empresarial comum. Me apresentei para o recepcionista.


-Boa noite, é ... A mesa da D Motors, eu sou o senhor Asmodeus M. II.

-Ah sim, é no segundo andar à esquerda do bar senhor, seja muito bem- vindo.

-Valeu, ah! Se aparecer um moça loira de mais ou menos 1,76 e de seios bem fartos, diga para ela ir até lá, o seu nome é Lucy. - Ele assentiu e eu entrei no estabelecimento.


Não era a melhor descrição, mas era a única que eu tinha para oferecer.



Era bem elegante lá dentro, um pouco exagerado para um ambiente familiar mais era o único lugar que era fácil de ser encontrado pela sua imensa fonte do dragão dourado na frente da entrada. As mesas eram bem espaçosas e com vista voltada para o interior. Era dividido em quatro setores, três no térreo e o andar reservado, com um cardápio bem diversificado. Eu sempre gostei da macarronada de lá.

O meu DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora