Finalmente uma praia para passar um tempo longe daquele monte de sangue. Longe de Kur, da cova dos meus pais, de toda merda dos últimos nove meses...
A viajem foi tranquila, As gosta muito de viajar de avião.
Tirei muitas fotos deles dois juntos, tão bonitinhos.
Saímos do aeroporto e fomos até a parte dos hotéis. Eu prefiro um Resort, mas As falou que se fosse pra ficar em hotel de luxo ele tinha ficado em Palenque mesmo.
Kuro ia chegar mais tarde, ele falou que ia terminar um favorzinho que eu havia pedido.
Passamos a manhã caminhando na praia. Estava deserta. Rumores sobre algum ataque biológico expulsaram os turistas. Que estranho não?
Claro que foi obra do As... Ele odeia vendedores ambulantes.
Almoçamos em um bar que ficava na orla mesmo. A comida estava muito saborosa e rapidamente veio aquele sono depois de um prato bem feito, combinado com o ambiente inóspito de qualquer tumulto daquele lugar eu adormeci.
Acordei ao sentir algo em meu nariz. Tudo que eu preciso para ser bem acordada é de que alguns pequenos dedinhos apertem o meu rosto. Acordei sorrindo:
-Bom dia. Um momento! Boa tarde. – Corrigiu- Dormiu bem? –O beijei.
-Dormi As. E podia ter dormindo muito mais.
Rimos.
-Kuro já chegou?
-Já, está ali fazendo um castelo de areia. Disse que era para a filha da rainha dele.
-Eu?
-É, ele se apegou muito a você Lu.
-Pra alguém que me chamava de burra...
-Verdade.
-Kuro! –Gritei.
-Acordou "Luzy"? - Gritou de volta.
-O que ele disse?
-Disse "Lucy". Ele está gripado.
Entendi. Ele veio caminhando até onde nos estávamos, pegou uma cadeira e colocou próximo de As:
-E então, as férias estão boas para vocês?
-Estamos. Ainda bem.
-Ei As, na próxima vez não me passa tanto trabalho assim ouviu. Vou acabar morrendo se as coisas continuarem.
-O que aconteceu? As...
-Na verdade nada, Lu. Só o seu marido que me pede pra enterrar uns corpos.
-Ah, mas isso você já faz desde sempre.
-Haha. Falando em corpos... Eu terminei aquele servicinho que você tinha me falado.
Engasguei com a vodca:
-Serio?!
-Sim, e não desperdice um bom destilado. Que coisa feia, Lu.
-Onde você a deixou?
-Depois eu te conto. Vamos... apreciar o descanso.
Agora era As quem ficava de fora dos assuntos.
-Do que ele está falando Lu?
-Sobre um favorzinho meu. Depois te conto.
Vingança... Tarda, mas vem. Fique um pouco no escuro As... Quando eu quiser EU lhe digo.
Era quase noite, o sol estava se pondo e Kuro já tinha ido pro hotel, estava cansado, bem mais que a gente eu diria...
Olhei pro lado e vi As brincando com ela, fazendo careta e outras bobagens. Fiquei ali paquerando aquele momento. E penar que quase perdi tudo isso e mais o que está por vir.
Eu mudei muito nestes últimos nove meses. Gravidez é algo que re molda a mulher. Eu sinto que eu deixei de ser que eu era e passei a ser mais como o As. O jeito que eu mudei, foi parecido com a forma que eu mudei o As.
Fechei os olhos.
-Vai dormir de novo?
-Não, estou só... Olhando vocês... Aproveitando tudo.
-Ah... E então Lu, ficou feliz em ter construído uma vida com um demônio?
-Fiquei. Por que a pergunta?
-Nunca perguntei.
-Estou feliz com tudo que tenho As. Com tudo que é meu.
As me olhou torto e disse:
-Eu não sou seu. - Voltou a sorrir - Sou dela.
Claro, você é dela. Ela é nossa pra sempre As...
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O meu Demônio
Romance"Não tenho muito que contar, mas o que puder irei dizer. Nunca quis que você passasse por isso. Nunca desejei..." "Não tem com o que se desculpar. Eu te amo e lhe aceito por inteiro. Queira ou não" obs: não consigo editar a historia antiga, repostan...