Capítulo 25: Quando as flores caem

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Acordei com sono, As e eu ficamos vendo televisão até tarde ontem à noite, tinha de arrumar a casa logo, íamos sair para almoçar. Era algo que ele estava querendo a algum tempo já.


Preparei o café mais nutritivo possível, frutas, sucos, vitaminas, pães integrais. Meu deus eu pareço uma daquelas mães loucas que só pensam na saúde perfeita durante a gravidez. Nunca fui muito assim, mas a mãe do As me deixou apavorada quando brigou com ele no jantar. Espero dar a ela um exemplo espelhado, ganhar moral por assim dizer.


As desceu e veio se juntar a mesa, não era sempre que via ele mais à vontade, sem ternos, roupas sociais e essas coisas de empresas. Estava normal, como todos os outros rapazes. Estava feliz, feliz de ver que ele saia da rotina quando precisasse. Isso mostra que me casei com o homem perfeito!


-Por que está com esse sorriso convencida? Não vai me dizer que é a primeira vez que faz um café da manhã decente.

Sem perceber deixei-me expressar muito bem minha felicidade. E como assim primeiro? Eu morava sozinha caso ele não saiba.


Dei um soco em seu ombro por tal argumento. Sujeito indelicado esse. Coisa que se diga a mulher dele que está quase de vinte semanas:


-Escute senhorzinho...


Chamei sua atenção enquanto ele se preparava para dar a primeira mordida no pão com geleia de uva que segurava em sua mão esquerda:


-Sim?


-Onde você vai com essa bola toda ai heim?


-Bom.. Primeiramente... Bom dia... Em segundo: que nós vamos. E em terceiro: Isso era algo que eu tinha em planos a tempos e tempos, desde que chegamos da casa dos meus pais. Mas ficava difícil saber quando teria essa chance.


-Você não respondeu minha pergunta...


Odeio quando ele faz esse tipo de coisa, respondendo à pergunta das pessoas com frases totalmente não coerentes, mas que quando analisadas te dão a impressão de terem sentido, que criam um significado quando você as une e entende de que esta foi a sua resposta. 

Perverso Sr. As, perverso...


~*~



Dirigimos até o parque da zona leste da cidade, lá tinha um chafariz e era coberto de arvores de folhas amarelas por cortesia da poluição. Tinha bancos por toda lateral interna da praça e um espaço para as pessoas que iam lá se exercitar.


Estava uma bela tarde, como alguém começou a passar mal no carro, demorei mais que esperei. Mas não faz mal, caso ela não se lembre do exame que fez...


-Que cara seria essa sua ai As?


-Bem, faz algum tempo que você está em casa sem poder sair, me sinto um carcereiro. Mantendo minha prisioneira em cela... Muwahaha. –brinquei.

O meu DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora