OS HERDEIROS DO CLÃ ©

CAPÍTULO 57

POV Matthew

Beijo os seus lábios macios com toda a delicadeza do mundo enquanto mantenho as minhas mãos em sua cintura. Sinto o seu pequeno corpo arrepiar e amo ter ela em meus braços, amo ter a Manuella perto de mim e, saber que não vão conseguir nos separar, só aumenta esse sentimento. Ela não vai precisar mais voltar para a casa do velho e, tão pouco, se casar com o verme do William.

Acabamos oficializando o nosso casamento às pressas e às escondidas, mas não me arrependo. Assim que a vi sair do quarto já arrumada para a cerimônia, tenho certeza que a minha boca se abriu em admiração. Seus cabelos dourados estavam soltos e uma coroa de flores enfeitava sua cabeça, o seu vestido branco com detalhes florais na saia lhe caiu perfeitamente. No entanto, o que mais me encantou, foram o seu olhar e sorrisos radiantes. 

Jurei tirar ela do domínio do seu avô e agora a Manuella é livre, ela vai poder fazer tudo o que desejar sem precisar se humilhar ou pedir permissão para aquele velho. No minuto em que fizemos a troca de sangue, percebi que ela mudou em alguns aspectos, a sua presença se tornou ainda mais evidente e após presenciar o seu corte totalmente cicatrizado e sua irritação ao sol, apenas restou uma explicação.

Não sei como foi possível ou é possível, ela ter completado a transição. Certo, ela é filha de uma vampira, tem sangue de vampiro correndo em suas veias, mas em uma quantidade inferior para lhe tornar uma vampira completa. No momento em que o líder do Clã Italiano, sugeriu que ela havia realizado a transição por causa do meu sangue, me senti mal e com medo da sua reação. Em momento algum, conversamos sobre a transformação e pensei que deveria fazer do jeito tradicional, a mordendo e deixando o veneno se espalhar por sua corrente sanguínea. 

Agora, acabamos de chegar no quarto de um hotel onde fiz uma reserva, nossas malas foram entregues no quarto enquanto a levei para se alimentar em uma floresta. Mais cedo, nós fomos em alguns lugares na cidade e ela não teve nenhum problema com humanos, pois a levei em ambientes mais reservados e com poucas pessoas. Já anoiteceu e passamos o dia fora, observo a loira olhar o quarto enquanto se senta na cama e sinto que ela queira falar alguma coisa. 

— Eu não sei bem o que acontece agora, eu… — Manuella começa a falar me olhando expectante, acaricio a lateral do seu rosto e quase me perco na imensidão verde água que são os seus olhos.

— Meu dever é te ensinar, porém não será hoje, loira. Vamos conversar e estabelecer algumas coisas. — Garanto tentando tranquilizá-la. 

— Não vamos consumar o casamento? — Pergunta desviando seu olhar do meu. Seguro seu maxilar e com delicadeza atraio sua atenção novamente para mim, percebendo um pouco de vergonha em suas feições.

— Vamos, mas apenas quando você desejar, loira. Até lá, vou respeitar o seu tempo.

Ouço ela suspirar e seus olhos demonstrarem paixão enquanto abro um sorriso para confortá-la. Acaricio o seu rosto mais uma vez antes de pegar sua mão. Retiro o meu blazer e meus sapatos antes de subir na cama, me sento sobre o colchão enquanto estendo a minha mão em sua direção para que a loira faça o mesmo. Assim que Manuella se acomoda na minha frente, seguro suas mãos e acaricio usando meus polegares, pois a sinto tensa e nervosa.

— Vamos voltar amanhã à noite para chegarmos no outro dia, precisamos ir até o evento de comemoração da transição e o velho e o William vão estar lá. 

— Quanto mais rápido enfrentarmos isso, melhor. — Percebo que ela engole seco.

— Eles não podem fazer nada contra você, loira. Você não deve obediência e consideração por eles, saiba que é uma Collins, protegemos a nossa família e você faz parte dela, Manuella. — Garanto e ela assente.