OS HERDEIROS DO CLÃ ©

CAPÍTULO 14

POV Matthew 

— Para onde estamos indo? Meu avô estava do outro lado do salão. — Ouço Manuella falar baixo enquanto seguro sua mão para conduzi-la até um cômodo reservado do local, sigo o corredor e entro em uma sala de reuniões mais afastada e onde apenas membros diretos do Clã podem ter acesso.   — Me solta Matthew eu preciso voltar.

— Calma, eu vou te explicar tudo. — Digo ao trancar a porta e já deixei uma erva queimando para que nenhum vampiros nos ache ou nos ouça. Tranco a porta e me viro para ela, percebo que ela me olha atenta e que está visivelmente com medo. Dou um passo em sua direção e a vejo se encolher como um animal indefeso e ferido, ela abaixa a cabeça e mantém seus braços perto do corpo.

— Sente-se aqui, precisamos ser rápidos.

— Por favor, por favor não me machuca! Eu preciso voltar, vão sentir falta de mim. — Ela disse e apontei para a cadeira ao seu lado que relutante se acomodou sobre ela.

— Olhe para mim Manuella. — Peço pois ela continua de cabeça baixa e com as mãos sobre o colo. Aos poucos, ela me olha e continua parecendo preocupada além parecer estar com medo, puxo uma cadeira e me sento na frente dela.

— Eu quero ajudar você, nunca te machucaria! Meus pais sabem que o seu avô pode estar cometendo alguns crimes e preciso da sua ajuda. 

— Crimes? Isso não é verdade. 

— Sabemos que ele te trata diferente… Seja sincera ao me responder, ele te agride ou te ameaça Manuella? — Pergunto sem rodeios e percebo que ela fica tensa, vejo ela me olhar assustada.

— O que? De onde vocês tiraram um absurdo desses? — Ela questiona nervosa.

— Apenas temos algumas suspeitas e eu sinto que seja verdade. Manuella, preciso que me diga, só assim vou poder ajudar você a se livrar disso, mas me diga a verdade. — Peço olhando para ela com atenção.

— Vocês estão vendo coisas onde não tem, meu avô é só um homem protetor e ele me ama. — Diz me deixando frustrado.

— Eu consegui fazer ele e o segurança ficarem ocupados, estamos sozinhos e peço um voto de confiança seu. Minha família quer ajudar você, mas precisamos da sua ajuda! Ele não é um bom homem e não te trata bem, pode falar que isso não vai chegar nele. — Tento mais uma vez e ela me olha parecendo confusa, na verdade, ela parece estar em uma espécie de conflito.

— Precisamos voltar, não pega bem uma moça solteira estar sozinha com um rapaz e não quero problemas senhor. — Ela fala ao se levantar da cadeira e faço o mesmo, sinto seu corpo próximo ao meu e vou ter que ir aos poucos, esse velho vai me pagar.

— Eu sou seu amigo Manuella, vou estar ao seu lado para de apoiar e te proteger. Pense, podemos te ajudar a viver diferente, viver sem medo do que ele faz com você, viver de verdade com segurança. Eu vou estar sempre aqui para te ajudar. — Digo ao pegar uma mão sua, ela é pequena e delicada.

— Eu agradeço, você é um ótimo amigo. — Diz e posso ouvir seus batimentos.

— Como amigo eu sei que tem algo errado e quero te ajudar, meus pais querem e a Kathe também. Não suporto ver você machucada ou triste, quero te ver feliz.

— Esqueça isso, estou bem e logo tudo vai se ajeitar… Eu sei que vai. — Ela fala olhando minha mão na dela.

— Isso só vai acontecer se você falar, eu te dou minha palavra Manuella, ele não vai poder fazer nada contra você. Você faz parte do Clã, tem os mesmos direitos que qualquer um aqui tem, inclusive eu. — Digo olhando em seus olhos e ela fica em silêncio apenas me olhando, ela parece atordoada e sem palavras eu diria.