OS HERDEIROS DO CLÃ ©

CAPÍTULO 8

POV Manuella

— Espero que você não cometa nenhum deslize, um segurança vai acompanhar essas aulas de perto e não ouse questionar isso. — Meu avô fala e assinto com medo. Estou penteando meu cabelo e ele entrou no meu quarto, deixo a escova de cabelo sobre a cama e olhou em sua direção, pois ele gosta de atenção enquanto está falando.

— Estou fazendo isso para que entendam que não quero nenhum cargo senhor. — Digo baixo e engulo seco ao ver ele se aproximar de mim. 

— Nem que você quiser, você não vai assumir o cargo da minha filha. — Ele fala bravo e não retruco, apenas quero me afastar de tudo isso.  — Não faça nada que possa se arrepender depois, sabe que não sou de brincadeiras. 

Permaneço em silêncio e quero que ele vá embora. Desde o jantar na casa do senhor Collins ele está me ameaçando, hoje será a minha primeira aula e sei que ele mandou um segurança ficar de olho em mim. Mexo minhas mãos em nervosismo e não gosto quando ele se aproxima de mim, desviei minha atenção para a porta enquanto sinto seu olhar de reprovação direcionado a mim. Ele me odeia e nunca consegui entender o motivo, mas evito contrariá-lo e me mantenho o mais longe.

— Já sabe o que falar quando for questionada sobre esse pulso? — Ouço sua pergunta e volto a olhar para ele.

— Foi um acidente na escada, me machuquei por ser desastrada. — Respondo segurando minha vontade de chorar, ele quer isso.

— Exatamente, esteja pronta em quinze minutos. — Ele fala e caminha em direção a porta, ele sai e ouço ela ser trancada.

Me sento sobre minha cama e volto a pentear meus cabelos, só falta arrumar meu cabelo e calçar minhas sapatilhas. Estou usando um vestido azul claro de mangas e sem decote, ele vai até meus joelhos e foi escolhido por ele. Coloco minhas sapatilhas e olho no espelho da penteadeira, me sinto bonita e sinto algo estranho na barriga. Sei que é nervosismo e só queria estar em paz, não quero cargo nenhum e sei que meu avô permitiu minha ida apenas por ter sido obrigado. Caminho até a porta e espero o segurança vim abri-la, fico em pé e olho para o meu pulso direito, ele está enfaixado porque tive uma torção ontem e hoje não vou poder anotar nada ou escrever, pois ainda sinto dor.

— Me acompanhe senhorita. — Ouço assim que a porta é aberta e acompanho o segurança até a sala da mansão. Meu quarto fica no andar de baixo próximo a área de serviço, ele é pequeno e meu avô mantém ele trancado.  

— Espere no carro, ela já vai. — Meu avô fala assim que chegamos na sala e pensei que íamos direto para o carro.

Fico em silêncio enquanto observo o segurança ir e tenho medo, desvio a atenção para o meu avô e ele está de costas para mim enquanto parece beber algo. Ele gosta de bebida alcoólica e sempre desconta em mim seus problemas, fico calada e sei que se falar algo ele pode não gostar. Observo com atenção ele se virar para mim e abaixo minha cabeça, ele não gosta quando olho diretamente para os seus olhos, só quando está falando. Ouço seus passos em minha direção e sinto vontade de chorar quando ele para bem na minha frente, bem perto de mim.

— Estou dando um último aviso Manuella. — Ele fala e sei que pelo tom da sua voz ele está irritado.   — Não ouse fazer nada que se arrependa depois, sabe que não sou compreensível.

— Não há nada a temer senhor, não pretendo nada. — Digo baixo a verdade, não quero correr o risco de acabar morta por ele.

— Eu não temo nada sua bastarda, só quero lembrar você que posso acabar com sua maldita raça a qualquer momento. — Ele fala e deveria ter ficado quieta e calada.   — Pense muito bem ao abrir essa boca, o segurança vai estar observando vocês e vou saber de tudo que acontece lá, ouviu?