CAPÍTULO 19

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Maratona 3/7

POV Edward 

Chego na empresa cedo e antes dela, sigo direto para a minha sala e tento não pensar no ocorrido de sábado, me sento na minha cadeira e foco no trabalho. Hoje o dia está bem corrido, tenho algumas reuniões e a visita de um investidor, ligo meu notebook e faço o login no sistema. Minha secretária me traz alguns documentos e relatórios, assino alguns documentos e ela vai entregar para o financeiro. Largo minha canela e passo a mão no meu cabelo enquanto fecho os olhos. 

Ainda sou capaz de sentir o calor e a maciez dos seus lábios nos meus, precisei ter muito controle para não cair na tentação de provar seu sangue. Sentir seu corpo quente junto ao meu foi algo inexplicável e por pouco não acabamos ficando, precisei tirar forças de não sei aonde para interromper o beijo e me afastar dela. Suas pupilas estavam dilatadas, seus lábios inchados e borrados por conta do batom. Porém, não devemos nos envolver e não quero que ela saiba de mim, não quero que ela se envolva no meu mundo. Abro os olhos assim que a minha porta é aberta de repente, meu irmão sabe que odeio esse tipo de coisa e não estou afim de conversar com ele hoje.

— Já sei o motivo desse seu sorriso. — Ele fala como tivesse descoberto a América.

— Sabe que precisa bater antes de entrar, não é Matthew? Ou vou ter que barrar sua entrada na minha sala?

— Não precisa disso, querido irmão. — Ele fala ao se sentar na poltrona.

— Diga logo o que você quer, não estou de bom humor hoje para aguentar suas amolações. 

— Deveria ser o contrário, mas enfim… Como foram as coisas nesse fim de semana com a Victória? — Pergunta e respiro fundo.

— Para quê tanta curiosidade? — Será que ela comentou com ele?

— Deixa de enrolação Edw, vocês ficaram não é? — Diz me olhando com atenção.

— Não devo satisfação da minha vida, se você não tem nada melhor para fazer eu tenho.

— Não rolou nenhum beijo, nada? — Fecho os olhos irritado e só quero que ele saia.  — Não precisa se estressar… Já estou indo, só fiquei curioso quando vi a marca no pescoço da Victória, mas como você não quer falar. 

Olho para ele com atenção e que história é essa de marca no pescoço dela!? 

— O que você disse? — Questiono enquanto vejo ele se levantar.

— Você que deveria me contar, não acha? Até que enfim, você desencalhou. — Diz irônico voltando a se sentar e fico irritado.

— Diga logo a merda que você viu! Porque eu não tive nada com ela.

— Se não foi você que… Enfim, pensei que vocês tinham assumido algo, mas pelo visto acho que ela está em outro.

— Sério que você veio até aqui para fazer fofoca? 

— Na verdade, eu achei que vocês tinham ficado nesse fim de semana, afinal você sumiu e ela apareceu hoje com um belo chupão no pescoço. — Explica como se não fosse nada.

Porra!

Caralho!

Puta que pariu!

— Victória é solteira e não tenho nenhum relacionamento com ela, então para de se meter na minha vida e me deixa trabalhar, ok? 

— Tudo bem, eu já entendi. — Diz me olhando e agradeço quando ele sai da minha sala.

Me levanto da minha cadeira e caminho até a minha adega, me sirvo com um pouco de uísque e me aproximo da parede de vidro da minha sala. Bebo um pouco da bebida e me sinto irritado só de pensar na possibilidade de outro ter beijado, tocado e ficado com ela. Bebo outro gole e não entendo porque estou me importando com isso, ela é dona da sua vida e solteira. Em nenhum momento eu propus um relacionamento com ela, então não faz sentido ter ciúmes do que não é meu. Isso me deixa irritado e quando vejo, estou arremessando o copo de vidro no chão.

OS HERDEIROS DO CLÃ ©Onde histórias criam vida. Descubra agora