Capítulo 38 - O agente do caos

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Daly City


Maggie se recusou a entrar na sala de reuniões. Ficou parada na porta, enojada pelo o que viu. Não conseguia suportar a ideia de que viveria a partir daquele dia em diante sem se esbarrar com a Zoe em algum corredor ou que não passaria por novas aventuras ao lado de Kitty. Ela admirava a relação das duas e sentia-se em luto pela grande perda sofrida.

Os poucos minutos em que passou ali parada foram suficientes para estabelecer uma onda de fúria sobre Maggie. Cada pessoa tem a sua forma de lidar com o luto e para Maggie, calar não era uma opção. Zoe era uma grande mulher e Kitty era uma jovem que somava na vida de seus amigos. Fechando o punho e apertando seus dedos, ela semicerrou as sobrancelhas e partiu para fora da sala, ignorando qualquer dor que ponderasse em sua quase fratura no tornozelo. Maggie estava sedenta por vingança e apenas o sangue dos assassinos em suas mãos poderiam sacia-la naquele momento. 

Em uma de suas mãos, ela carregava um pequeno machado vermelho que encontrou próximo do corpo de Kitty. Se aquela tivesse sido a arma que Kitty usou para lutar, seria uma honra usa-la para derrotar todas as ameaças a enfrentar, em seu nome. Kitty e Zoe mereciam justiça, assim como Hailey, Naomi e Liam. 

A ex-agente do FBI estava pronta para a sua maior missão. Derrotar os agentes do Caos.

***

Margot e Mihowski caminhavam lado a lado em silêncio. Eles nunca foram próximos, aliás nem mesmo se conheciam pessoalmente antes de Daly City. Apesar de compartilharem a mesma missão, a GNOS não permitia maiores interações entre seus agentes. O objetivo era único, contudo cada um tinha seu escopo particular a seguir.

 A soldada demonstrava sinais de dores ao caminhar, seu ferimento no local amputado ainda não havia cicatrizado. Sem as muletas, Margot utilizava uma perna mecânica improvisada que retirou do laboratório de Lue. Provavelmente não estivesse sido projetada para ela, mas a oportunidade veio a calhar.

Ao ouvirem passos próximos, os dois se entreolharam intrigados. Mihowski parecia se divertir com todo aquele massacre, enquanto Margot, por mais fria que fosse, se assombrava nas consequências que estariam por vir. Alarmados, eles pararam no cruzamento de um dos corredores, próximo à ala médica da colônia. Se as informações que foram passadas a eles estivessem certas, encontrariam os depósitos de armas e suprimentos adiante no corredor. 

Mais preparado que sua parceira de missão, Mihowski manteve-se parado escondido atrás de uma lacuna de concreto e acenou para que Margot ficasse em alerta. Não ouvindo novos passados, ele espiou para o corredor à frente e encontrou o caminho livre, indicando para que Margot o acompanhasse às pressas. Em passos mais silenciosos, eles seguiram sorrateiramente em direção à ala médica, para que dessem continuidade no plano.

Há metros de passar pela porta dupla da próxima ala, Mihowski ouviu o vento assobiar, quando sentiu um pesado pé lhe atingir as costas. Ele cambaleou pela forte pancada e se estatelou-se pelo cômodo adentro, escancarando as portas e caindo aos pés de um dos enfermeiros que ali trabalhavam.

Todos que estavam presentes se entreolharam assustados e pareciam chocados ao ver a quantidade de sangue em sua roupa, acrescido do motivo de que ele deveria estar preso. Evanna, a médica da colônia, moveu-se apressada por entre seus enfermeiros para descobrir o que acontecia, mas parou onde estava quando seus olhos encontraram os de Maggie, parada na entrada da ala médica. Ela estava com o rosto vermelho e as sobrancelhas semicerradas, e segurava um pequeno machado vermelho. Como se pudesse entender o que estivesse acontecendo, Evanna voltou-se para a sua equipe.

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