Capítulo 17 - Santa Clara

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Dia 2, Base Secreta de Santa Clara, Califórnia

Mihowski parecia impaciente. Olhava para seu relógio em seu braço a todo momento, suor escorria pela sua cabeça careca e sentia sua pele coçar sobre aquele uniforme quente. No alto do peito de seu uniforme, estava bordado o brasão de comando da GNOS, a organização por trás da maior aventura de sua vida. O ex agente estava tenso, aquele espaço pequeno do elevador lhe causava pavor e os longos segundos ali lhe traziam as lembranças de seus atos mais bárbaros, aqueles que desencadearam o assassinato do presidente norte-americano, mas também o levaram para a ser promovido para a primeira linha de comando da base secreta de Santa Clara.

Olhou para cima da porta do elevador, o painel apontava que estava chegando ao seu objetivo. Retirou um lenço do bolso da calça e enxugou o suor que escorria por seu rosto. Engoliu em seco e mirou seus olhos para a porta quando ouviu o bipe do elevador. Aguardando a sua chegada na entrada do elevador, Mihowski deparou com uma mulher alta e magra, de cabelos loiros cacheados amarrados em um rabo de cavalo, óculos preto e vestida socialmente. Aparentemente, era uma elegante mulher.

- Comandante Mihowski, sou Montana Davison, diretora executiva da Operação Cobra. É um prazer recebê-lo em meu escritório - saudou a mulher.

- O prazer é todo meu - Mihowski apertou a mão com um sorriso indiscreto. - Me desculpe ser indigesto, mas como diretora poderia requerer um escritório nos níveis superiores.

Montana apresentou um sorriso falso e ignorou ele, dando-lhe as costas e seguindo para dentro de seu escritório, um amplo salão redondo cheio de prateleiras com arquivos, obras de artes como decoração e uma mesa grande de vidro ao certo da sala.

- É uma cópia muito bem feita da obra de da Vinci - apontou Mihowski para o quadro de Monalisa pendurada em um coluna cinza.

- Não é cópia. Todas as obras em meu escritório são originais. Já me certifiquei disso.

O comandante franziu as sobrancelhas surpreso e acomodou-se na cadeira a frente da mesa dela. Sem mais delongas, foi direto ao ponto do motivo a que foi chamado.

- Muito bem! Recebi seu e-mail com o arquivo e já estou providenciando o trabalho - disse Mihowski com um olhar cético. - Eu mesmo farei isso.

- Não esperava menos que isso - Montanna inclinou-se sobre a mesa e colocou suas mãos sobre as de Mihowski. - General Grayvard me falou muito bem de você.

Com um sorriso frio e forçado, Mihowski trouxe suas mãos para longe de Montanna e acomodou-se na cadeira para longe dela.

- Interessante que ele não me falou de você. Quantas noites passou na cama dele para conseguir tudo isso? O quadro de Monalisa deve ter lhe custado muito caro.

Montanna não conseguiu esconder o quão irritada estava quando começou a unhar a mesa e franziu seu nariz. Sem desviar os olhos de Mihowski, abriu uma das gavetas na mesa e retirou um cigarro. Deu uma longa tragada e soltou a fumaça no rosto do comandante que ainda suava desde a sua chegada.

- Reconheço um assassino quando olho para ele - falou Montanna bastante encorajada. - Diga-me, comandante. Qual é o sentimento quando se mata uma pessoa?

- Prazer. Não existe nada mais excitante do que sentir o sangue da vítima escorrendo por sua mão.

- E não tem medo de morrer?

- Meus medos e minhas dores morreram com a minha humanidade. E disso se nasce uma força incontrolável.

- Mas há uma fraqueza, todo homem possui uma.

Mihowski sentiu algo pressionar em sua perna. Por debaixo da mesa, Montanna deslizou seu pé pela perna dele, subindo até a sua coxa e parando sob sua virilha, fazendo movimentos massageadores na região. Mihowski manteve-se imóvel e frio, apenas observando os gestos irregulares de Montanna com uma caneta azul na mão.

Zombie World - A Evolução (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora