Capítulo 5 - O cubo

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Borboletas no estômago.

Talvez essa seria a metáfora a ser aplicada ao misto de emoções que Nick suportava. Em meio ao vômito de pensamentos que vagavam em sua mente, ele apenas procurava a chave para escapar da terrível sensação de traição. Não conseguia acredita no que acabara de ouvir naquela surpresa reunião de manhã e precisava se recompor para lidar com a situação.

Parada à alguns passos dele, Kitty o vigiava impaciente e aflita pelo o que se passava na cabeça dele. Queria abraça-lo e dar o apoio devido, mas sabia que seria inútil. O jovem estava parado a mais de cinco minutos em frente aquela janela, contemplando o vazio. Como Nick lidaria com isto?

Ainda perto deles, podiam ouvir a discussão na sala de reuniões. Ador parecia bastante alterado em seu tom de voz.

- Por que não escondeu essa merda de cubo em um cofre? Achei que fosse mais esperta - vociferou o líder da colônia.

- Porque era lógico demais - defendeu-se Lue inconformada.

- Ah sim, claro! E esconder atrás de uns livros empoeirados seria mais seguro. O que aconteceu com a sua inteligência? Ficou armazenada naquele cubo também?

- Deixa de ser cínico, Ador. Foi sempre você que pediu transparência na colônia. Confiança pelo bem coletivo - lembrou a cientista forçando uma imitação caricata de Ador.

- Não há argumento que a defenda, Lue. Você é tão culpada quanto aquele verme nesta traição - Ador disse apontando o dedo para a cientista.

Impaciente com a desnecessária discussão com pouca discrição, Zoe tentou intervir.

- Podem lavar as roupas sujas depois. Mas por um momento me escutem. Qual é a importância desse cubo? Porque se era tão importante, Lue conseguiu mantê-lo em segurança por um bom tempo. Eu não sabia dele até hoje.

Ainda se estranhando, Lue e Ador se entreolharam pensando na questão colocada por Zoe. Como uma dos membros mais importantes do grupo, Zoe merecia saber a verdade.

- O cubo... - Lue procurou prudentemente as palavras. - O cubo porta um chip com informações importantes dos resultados de minhas pesquisas.

- Armas ultrassônicas? Isso não é tão secreto mais há um bom tempo.

- Não é sobre as armas. Não somente.

Lue fez um pausa dramática antes de continuar.

- O cubo tem a localização de todas as bases secretas dos escorpiões...

- O que? - indagou Zoe incrédula. - Como isso?

- Mapeamentos de satélite. Não há algo de difícil nisso.

- E por que não nos trouxeram essas informações antes. Olhem para nossa comunidade, quantas baixas tivemos nas últimas missões? Quantas pessoas se sacrificaram lá fora em busca dessas informações? Por que esconderam isso?

- Isso não é só, Zoe. - comentou Ador com a cabeça baixa e os braços cruzados.

- Antes do acidente do avião, eu consegui hackear o sistema GNOS...

- O que é GNOS? - Zoe questionou Lue.

- É a sigla que nomeava a corporação por trás de tudo o que aconteceu no dia Zero. Ela aparecia em vários dados baixados no hackeamento.

- E que há de tão importante nisso?

Lue mordeu os lábios após um lento suspiro.

- Isso nos coloca no mesmo nível de pesquisas que eles. Material genético do vírus, números e dados corporativos, escopos de projetos... anticorpos.

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