Zombie World - A Evolução (Livro 2)

Capítulo 15 - Espólios de uma guerra

Os pneus dos quadriciclos deslizaram sobre o pedregulho, parando a alguns centímetros de Ador que observava a chegada deles. Assim que Hailey desceu, Zoe saltou sobre as pedras e caminhou em passos pesados e compridos até Ador, jogando a chave do quadriciclo sobre o peito dele.

- Temos muito o que conversar - disse Zoe irritada com a voz cansada e rouca.

- Sim, temos - respondeu Ador passivo. - Mas acho que tem alguém que precisa reencontrar antes.

- Onde ela está? - Zoe arregalou os olhos e segurou os ombros de Ador.

- Na enfermaria.

Zoe poderia estar exausta da angustiante noite que passou, mas ainda haviam energias provindas de uma fonte presente somente em mães. Subiu as escadarias daqueles seis andares pulando degraus e empurrando quem quer que enfiasse em sua frente. Passeando em um ritmo apressado pelo corredor da ala de enfermaria do prédio, olhou de vislumbre por alguns quartos para encontrar sua filha. Por um pequeno instante, acreditava ter visto uma mulher de cabelo curto deitada em uma cama com uma perna amputada com uniforme militar, mas talvez fossem apenas seu cansaço lhe causando devaneios. Ao final do corredor, viu Nick saindo de um dos quartos com o rosto cheios de curativos e caminhando em sua direção. Ele até tentou lhe dizer algo, mas Zoe já entendeu o que queria e seguiu para dentro do quarto.

Ao adentrar no quarto, Zoe encontrou Kitty descansando em uma cama com toda a sua barriga enfaixada. Ao lado dela, estava Evanna Larsson, a única médica da colônia de Daly City. Ela tinha pouco mais de cinquenta anos, cabelos pretos e muito conservada, e era uma mulher muito admirada por Zoe. Sentiu-se mais aliviada quando Evanna sorriu para ela e veio até ela para abraça-la.

- Parece que a mamãe também precisa de cuidados - disse Evanna a fitando da cabeça aos pés. - Me procure depois que tomar um banho para eu cuidar de suas feridas.

- Obrigada, doutora.

Evanna assentiu para Zoe e a deixou sozinha no quarto. Mais calma agora em ver sua filha, Zoe caminhou até a beira da cama e segurou a mão de sua filha, que deveria estar dormindo. Kitty não parecia ter outros ferimentos graves pelo corpo além de seu abdômen, o que tranquilizava Zoe por algum momento. Perdida em pensamentos bons enquanto observava sua filha dormindo, Zoe não percebeu Nick entrar no quarto.

- Ela vai ficar bem, Zoe - disse Nick sentando-se em uma poltrona em frente a cama de Kitty. - E ela até que dirige bem.

- Eu sei, puxou para o pai - respondeu Zoe com um sarcástico sorriso.

- Sei que está cansada, quer tomar um banho e cuidar de suas feridas, mas preciso te perguntar. Encontraram o Bobby?

- Sinto muito, Nick, mas não conseguimos o procurar. Em nosso caminho, encontramos uma nova ameaça que devemos nos preocupar.

- Niels mencionou no corredor. Ele repetia inúmeras vezes que precisamos fortalecer as proteções da colônia enquanto os enfermeiros o tentavam acalmar.

- Se vissem o que nós vimos, entenderia o pânico dele.

- Ao menos algo nos tranquiliza. Estamos em casa e juntos outra vez.

- Isso é muito bom. E obrigada por cuidar dela, Nick.

- Foi ela quem cuidou de mim. Devo minha vida a ela.

- Você a ama? - indagou Zoe ainda olhando para Kitty.

Com um sorriso, Nick aproximou de Zoe e colocou sua mão sobre o ombro dela.

- Eu a amo e se me der a sua permissão, quero fazer dela a mulher da minha vida.

- Bem, é recíproco e vocês já tran...