Colônia dos Corvos, San Francisco - Dia 20
Um dia havia se passado desde a morte de Alex. E para Ann, nada daquilo parecia ter sido real. Era como um pesadelo, distante de ser esquecido. Mas por que Nick teria feito aquilo? Logo ele, um dos seus melhores amigos? Seriam as cicatrizes em seu rosto? Ann queria respostas, ainda que uma vingança ascendia nela.
- Ela está te esperando – disse um homem alto de ombros largos e nariz comprido.
Ann levantou-se, ainda cabisbaixa, e passou pela porta de onde ele veio, com os olhos profundos no luto. A pequena sala onde entrou era bem organizada, com uma mesa redonda mais ao canto com seis cadeiras e outras duas mesas de escritório separadas por um quadro branco com um mapa do condado de San Francisco cheio de marcações e linhas vermelhas tracejadas. Em frente ao grande mapa, estava ela, a rainha dos corvos como a chamavam, mas Ann a conhecia por outro nome, Louise Miller – a mãe de Bobby.
- Como está, minha querida? – perguntou Louise vindo ao encontro de Ann. Ela arrumou os cabelos de Ann e a encaminhou para que se sentasse ao seu lado em um acolchoado sofá vermelho.
- Está difícil de esquecer tudo. Estou sozinha agora. Perdi toda a minha família – Ann levou suas mãos para cobrir seu rosto deprimido.
- Não está sozinha – Louise segurou as mãos dela. – Te conheço desde pequena. Me considere como sua família.
- Agradeço a hospitalidade, senhora Miller, mas não há nada neste mundo que me conforte nesse momento.
- Te entendo, Ann. E respeitarei esse seu momento. Já informei aos demais que garantam a você o que precisar.
- Agradeço novamente – Ann fez uma pausa prolongada, com um sorriso bastante esforçado. – E quanto ao Alex? O senhor Jordan me disse que o enterrariam junto aos seus.
- E assim foi feito. Enterramos o corpo dele ontem à noite, quando ainda estava dormindo. Não quis te acordar, me desculpe.
- Tudo bem. Só me mostrem o lugar para que eu possa visita-lo sempre.
- Jordan a mostrará, assim que preferir – Louise parecia desinquieta e ansiosa. – Tenho algo que preciso lhe perguntar, Ann. Imagino quantas perguntas também tenha quanto a mim ou a nossa colônia, e lhe responderei todas. Mas antes preciso de mais informações suas quanto ao Alex.
- As cicatrizes – Ann já imaginava que em algum momento Louise a perguntaria sobre elas.
- Sim, é sobre elas – Louise tentou disfarçar sua curiosidade. – Jordan me reportou que elas apresentavam uma coloração mais azulada pouco antes dele morrer. E eu... bem, eu as toquei. Um fato curioso quando eu já vi todo tipo de ferimento desde que formei essa colônia. O que pode me dizer sobre elas?
Ann se levantou do sofá e caminhou de um lado para o outro, pensativa e distante.
- As cicatrizes tem duas semanas – começou Ann. – Alex as ganhou após ser ferido em um ataque de horda ao sul de San Francisco, quando fugíamos do exército.
- Ferido... como?
- Alex foi mordido por um dos zumbis – Ann notou os olhos de Louise se arregalarem. – Achei que o perderia, mas felizmente, com os cuidados de Kirby, nossa amiga, a febre abaixou e ele se recuperou.
Louise também se levantou e caminhou para perto dela, olhando com perplexidade para Ann.
- Tá me dizendo que Alex foi mordido por um zumbi e não... morreu?
- Sim, foi isso que aconteceu. Não sei como isso é possível, mas Alex resistiu ao vírus.
- Ele era imune – Louise pensou alto. – Oh meu Deus, Alex teria sido a chave para encontrarmos a cura.
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Zombie World - A Evolução (Livro 2)
HorrorImprováveis alianças interceptam o progresso de Taylor, quando uma guerra toma diferentes lados. Daisy constrói uma rebelião em meio ao castelo de segredos da GNOS. O vírus chega ao nível 2. Não recomendado para menores de 16 anos. Contém violência...