Um bom amigo

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Haruno Sakura

Francamente, nunca havia prestado muito atenção em Suna. Na breve estadia que tive na cidade, com Gaara no hospital e o funeral de Chiyo, não deu tempo para contemplar sua beleza. As construções eram exóticas, diferentes de todos os lugares aos quais visitei.

Hipnotizante.

A cultura diferenciada, cores e vestimenta destonam de tudo que experenciei em Konoha. A lua cheia iluminava as ruas cheias de vida em Suna. Tudo estava pacífico e sossegado no deserto, os cidadãos andavam pelas ruas e adentravam nos estabelecimentos.

Vida fluía através de músicas tradicionais do povo, cada estabelecimento com sons diferentes, pratos únicos ao qual fazia sua boca salivar. Meu companheiro, que estava prestando atenção em todos os meus movimentos de canto do olho, decide se pronunciar:

- Nós vamos naquele ali, sei que parece simples por fora, mas espera só quando entrarmos, ah queria ter uma câmera para gravar sua reação!

Sua animação me contagiou e minha barriga roncou quando nos aproximamos o suficiente do restaurante e o cheiro de comida saborosa entrou em minhas narinas.

Ah agora entendi do porquê ele queria gravar minha reação. Por fora o restaurante era puramente uma casa com as paredes pintadas em um tom pardo e uma porta na coloração vermelho escuro. Mas dentro...

Uau, não tinha palavras, o teto era alto e dele vários tecidos em tonalidades de vermelho e marrom estavam presos, nas pontas desses tecidos havia alguns adornos dourados costurados, cada um diferente do outro. Cada mesa também havia uma cor assim como as cadeiras que as acompanhavam. O ambiente poderia ser uma receita para desordem, mas era harmônico, lindo e com um toque de sedução. Graças as lamparinas nas paredes e velas de diferentes tamanhos postas em cima de cada mesa, fazia com que convidasse para um encontro mais íntimo e privado.

O lugar era totalmente perfeito, porém uma pergunta me veio a cabeça, porque me trazer em um local tão íntimo, parecia um restaurante perfeito para um primeiro encontro, e não um jantar entre amigos...

Depois de ter salvado sua vida, nós nos aproximamos muito. Tenho certeza que a aproximação dele foi pela gratidão, acabamos nos conhecendo melhor, por ele ser o mais falador dos três irmãos, ele me lembra um pouco de Naruto, só que com menos TDAH (Déficit de atenção e hiperatividade). Mas decido perguntar sobre suas intenções pois estava estranhando a sua escolha.

- Kankuro, por que escolheu esse restaurante?

Ele me olha e coloca a mão direita na nuca, como se estivesse envergonhado, porém com um sorrisão no rosto.

- Esse é meu restaurante preferido da vila, eu costumava a vir aqui com minha mãe antes de falecer porque eles têm a melhor sobremesa do mundo. Como você comentou que não conseguiu conhecer Suna direito, pensei em ir direto no ponto e te trazer no melhor lugar possível!

Ele foi sincero, na verdade o que eu mais gosto dele é sua sinceridade, deixa transparecer seus sentimentos muito facilmente, mesmo com a tinta cobrindo suas feições. Acho que entendi sua premissa errada, até porque se ele vinha com a mãe dele...

- Ah eu adorei sério, nunca vi nada igual na vida, e estou ansiosa para conhecer a culinária que você tanto adora.

Ele parecia estar super familiarizado com o local pois cumprimentou todos os atendentes e o próprio chefe da casa serviu nossa comida. E nossa que comida deliciosa, tinha total razão, a sobremesa era divina. Uma mistura de uma fruta que nunca conheci chamada: Pitaia com baunilha.

Durante todo o jantar conversamos sobre diversos assuntos, desde o medo da possível guerra até as histórias engraçadas de quando éramos genin. O assunto que ele queria conversar comigo era sobre eu ter salvado sua vida e que ele seria eternamente grato á isso, enquanto ele fazia seu discurso de gratidão percebi um brilho em seus olhos, interpretei sendo felicidade por estar vivo. Foi perfeito, porém estava exausta da viagem e tenho certeza q ele percebeu pois logo se levantou e pôs-se ao meu lado para me ajudar a levantar da cadeira.

- Vou lá pagar para podermos ir, você está exausta.

- Nem pensar, vamos dividir a conta, também comi ué.

- Nananinanão, eu que te convidei eu que pago, aliás não é sempre que posso ter sua ilustre presença ao meu lado. Falou com uma cara de deboche que me fez rir.

Em um piscar de olhos ele já estava de volta me guiando até a casa oficial do Kage. Quando chegamos, indicou meu quarto.

- Boa noite Sakura, obrigado pela ilustríssima companhia! Falou rindo.

- Oh Sr. Kankuro eu que agradeço sua imensurável atenção com a estrangeira aqui. Enfatizei colocando a mão esquerda na testa como uma novela exagerada do Icha Icha que meu sensei tanto venera.

Mas foi aí que a coisa mais estranha da noite aconteceu, ele se inclinou e me deu um abraço desajeitado se virou e foi embora. Não soube como reagir tudo aconteceu em poucos segundos e quando fui perceber estava estancada na porta do meu quarto por uns 5 minutos.

Foi apenas um abraço de amigos, digo para mim mesma, apenas...

Amar se aprende amando- GaasakuOnde histórias criam vida. Descubra agora