Um toque de vida

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SEGUNDA TEMPORADA, CAPÍTULO 5.

"I tell myself you don't mean a thing. And what we got, got no hold on me. But when you're not there, I just crumble" - Paloma Faith

Os dias se arrastaram na preparação do jutsu. Todos na cidade estavam cientes do que aconteceria. As estátuas na praça foram retiradas e recolocadas em um campo livre a 50 quilômetros de distância da vila.

Todo o cuidado era pouco.

Montamos um acampamento com alojamento para todos os envolvidos e aqueles que iriam voltar para nosso mundo. Naruto havia me avisado que fariam o jutsu no dia que estariam comemorando os anos do fim da guerra, ou seja, apenas em três semanas.

Escolhemos essa data como homenagem, para todos saberem no futuro o que foi feito. Senti Itachi se afastar abruptamente de mim, ele estava presente em todas as reuniões assim como Sasuke, mas jamais se aproximou, sequer proferiu uma palavra a mim depois da fatídica noite.

Sasuke havia finalmente concordado com o plano, ele parecia mais seguro de sua decisão agora e se não o conhecesse tão bem diria até que estava planejando alguma coisa. Isso me fez segui-lo como prometi que não faria mais a anos atrás.

Algo estava errado, precisava saber o que era.

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Dois dias depois.

Levanto-me depressa da cama, os lençóis caídos e suados no chão de madeira do quarto. Por alguns segundos me esqueço que aquele é meu espaço seguro, que estou dentro do conforto de minha casa, que estou segura.

Esqueço-me da realidade que me encontro, do mundo que estou inserida.

Tudo por causa daquela maldita sensação, meus instintos de sobrevivência gritando, me forçando a acordar. Coisa que não sentia assim tão visceralmente desde a guerra.

Você precisa correr, você precisa correr. Corra!

Mas por que? Para onde? O que estava acontecendo.

Olho confusa para a janela, e então vejo duas penumbras se dissipando, se escondendo.

Mas que porra?

Eu estou sendo vigiada? Raiva toma conta de cada nervo do meu corpo mas faço de tudo para esconder, calmamente, fingindo-me desleixada, passando a imagem de apenas estar grogue do sono, vou até o banheiro e me tranco lá.

Lavo meu rosto e corpo, troco de roupa com uma eficiência sobrenatural, eles podiam me achar idiota, mas sabia exatamente de quam aquelas sombras eram. Com um conjunto básico de sinais, me concentro em localizar o chakra que tão bem conheço, não me surpreendendo quando o visualizo em cima do telhado de minha própria casa.

Ela não está fazendo muita questão em se esconder.

Com mais um conjunto básico de gestos, me teletransporto para seu lado.

- Uau, isso foi rápido, achei que irias demorar mais uns bons minutos, testa.

Não consigo conter o pequeno sorriso que toma conta do meu rosto, ela é sempre tão abusada.

- Desembucha. - Digo rispidamente, se ela não estava fazendo questão de esconder o que estava rolando ali, então é por que não concordavam com as ordens que havia recebido.

- Eles... Merda, Sakura. Quero que saiba que eu não concordei com nada disso e ...

- Desembucha! - Grunho para minha melhor amiga, mesmo já meio que sabendo o que ela iria dizer.

- Está sendo feito, nesse exato momento. Eles iniciaram o jutsu para revivê-los.

Me sentia traída, eles resolveram fazer o justu sem me avisar. Queria me despedir de Minato, de... merda, até mesmo de Itachi. Devia isso a ele.

Mas eles acharam que eu não teria forças? Que eu não teria o direito de estar presente?

- Não foi por isso, amiga, por favor me escute. - Diz Ino, já sabendo onde meus pensamentos estavam me levando. - Eles quiseram fazer isso de maneira escondida para caso não desse certo as pessoas não ficassem com falsas esperanças.

- Não é justo!

- Sakura, se acalme.

- Não. - Em um pulo, marchando para onde o jutsu estaria sendo realizado. Forcei minhas pernas a continuarem, quilômetro após quilômetro. Meus joelhos ardiam e ameaçavam me deixar na mão.

Mas segui, passo por passo, suor por suor,

Uma luz alta logo a metros a frente, estaria funcionando?

Corri mais rápido, até que os vejo. Todos os envolvidos dentro de uma cúpula azul radiante, todos lado a lado, formando um círculo perfeito entre vivos e pedras, mortos e logo então falecidos.

As pedras começaram a derreter como líquido, se espalhando em uma poça abaixo dos pés de todos os heróis de guerra. Os rostos aparecendo. Gaara reaparecendo.

Ele ainda parecia tão morto, pálido e sem vida. Mas tudo isso subitamente mudou quando seus olhos abriram

Olhos que conhecia tão bem.

Opacos mas lívidos.

Cheios de vida.

Meu amor.

Minha paixão.

- S-sa-sakur...

Meu corpo se moveu por conta própria, muito antes de conseguir digerir a cena em minha frente, por um segundo pensei que a gôndola de energia que nos separava não iria permitir adentrar, mas ela se desfez com um simples toque, meus braços o pegam no ar antes que ele caia na poça de barro. Provavelmente não deveria estar o abraçando tão forte, ele estava fraco, mas não pude me conter.

Ele estava aqui.

Vivo.

Gaara estava vivo. .

.

.

Foi uma piedade, seja quem for, a deusa ou o criador do universo. Sorte talvez. Mas aqueles que morreram ainda estavam conosco e os que morreram voltaram para nós.

Fraco.

Eles estavam tão fracos, todos eles estavam. Mal conseguiam andar e falar. Teriam uma longa jornada de recuperação, uma jornada que parecia mais uma ressurreição do que uma simples recuperação.

Era como se tivessem acordado de uma hibernação ou um coma, depois de longos meses congelados no tempo, onde cada passo era uma batalha contra a fragilidade que o tempo havia imposta sobre eles.

E agora, o que aconteceria?

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 Gente, decidi postar o rascunho que tinha do capitulo 5 .

Aqui está! Espero que gostem!

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⏰ Última atualização: Feb 18 ⏰

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Amar se aprende amando- GaasakuOnde histórias criam vida. Descubra agora