Rose Dans Le Crâne

Capítulo- 9

— Chamou aquele homem para a nossa casa? Sabendo que ele pode plantar outras câmeras ou escutas aqui, Alyson?— Lorenzo estava realmente exaltado, meu irmão tem sérios problemas em confiar nas pessoas e ele parecia odiar James. Essa briga idiota vai complicar a minha missão, eles precisam confiar em mim e esquecer quais quer que sejam as coisas que estejam no passado

— Ele é a minha missão, Lorenzo! Não me irrite— Meus pais e outros irmãos nunca se metiam nas nossas brigas, as coisas poderiam ficar feias se eles começassem a escolher lados

James e Lorenzo se odeiam a anos, chegaram a ter uma briga interna, nunca soube qual foi o motivo para a tal, apenas soube que meu irmão tomou um tiro em um lugar delicado e quase morreu. Desde então, ele odeia James e acredita que seja desperdício de tempo tê-lo ao nosso lado. Mesmo com tudo isso ele se nega a falar sobre o assunto e a me dizer seus motivos, e ninguém da minha família parecia saber, ou apenas fingiam muito bem.

Estávamos todos sentados na mesa para jantar, Lorenzo estava bravo desde que me viu deitada ao lado do seu inimigo, se sentia traído ou coisa do tipo. Mas eu não podia fazer nada, estava errada na visão dele e na minha, estava apenas cumprindo ordens do meu superior.

— Não te irritar? NÃO TE IRRITAR?— Meu irmão socou a mesa, o que fez meus familiares se assustarem um pouco. Mas, eu não movi um músculo sequer, já estava acostumada com esses surtos.

Todos da minha família tinham suas fraquezas e a de Lorenzo, é que ele perde o controle da sua raiva muito rápido. Meu irmão não era agressivo ou descontrolado, mas hoje em questão, já estava bravo comigo e depois que soube que eu traria o homem que ele mais odeia para a nossa casa, acabou se descontrolando.

— Cala a boca se e senta— Digo com a voz firme, vi quando meu pai se movimentou para interferir— Lorenzo, eu mandei sentar!

Meu irmão continuou de pé e com o nariz empinado, sempre foi horrível em receber qualquer ordem. Por isso foi o escolhido para herdar o negócio da família. E eu não me importo nem um pouquinho com seu cargo, se eu mandar, não importa a quem a ordem seja dirigida, a pessoa vai me obedecer por bem ou mal

Puxo a arma que fica em baixo da mesa, essas armas ficam espalhadas por toda a casa, na precaução de caso um dia seja invadida novamente e precisemos nos armar rápido. Eu não atiraria em nenhum dos presentes nessa mesa, nunca. Mas como eu disse, se eu mando, obedeça.

— Mandei sentar!— Meu irmão mais velho levantou uma sobrancelha, me desafiando com seu gesto e eu engatilhei a arma enquanto apontava em sua direção, apenas para assusta-lo.

— CHEGA!— Minha mãe gritou, ela raramente perde a calma. Mas acho que hoje nós dois passamos do limite.—VOCÊS DOIS SÃO VELHOS DEMAIS PARA ESSA MERDA! CALEM A BOCA OS DOIS E COMAM ESSA MERDA DE MACARRÃO AGORA!— Abaixei a arma, ainda olhando para o meu irmão.

Esperava que esse fosse o momento em que nós iríamos nos resolver. Mas eu apenas vi meu irmão começar a andar cozinha a fora, com as mãos no bolso e a cabeça ainda erguida. Seus olhos estavam transbordando ódio, eu e Lorenzo nunca brigamos de eu o ameaçar com uma arma e talvez esse fosse o pior momento para fazer isso.

— Alyson...- Minha mãe foi interrompida por um barulho alto no quintal, eu sabia o que era, então me levantei da cadeira correndo.

Quando meu irmão era novo, perdeu o controle da sua raiva algumas vezes. E como ele era um adolescente com acesso a armas de fogo, precisava voltar ao seu juízo e não pegar nenhuma delas. Então, Lorenzo ia até uma grande árvore no quintal, pegava um bastão de beisebol e batia na árvore com o objeto, até retomar o controle dos seus sentimentos. No pior dos casos ele pode quebrar a mão com a força que usava, mas não acho que isso vá acontecer, não agora.