XVII

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a música que a gabi vai escrever com as meninas é "o sol e a lua" do pequeno cidadão.
aqui o link: https://youtu.be/HbIC6c3p3Qo
recomendo que escutem para fazer sentido.

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                    Point Of View Gabriela

- Sua casa está tão linda. - Deslumbrei quando passamos pela porta, colocando Ninna no chão e a observando correr para dentro com um pouco de dificuldade por ter o violão em mãos.

- Gostou? - Há pisca-piscas espalhados por todos os lados, duas árvores grandes e mais enfeites do que eu possa contar. - Estava um pouco ansiosa, arrumar foi medicinal. - Pôs Liz também no chão e a menina foi ao encontro da irmã.

- Ansiosa por quê? - Me levou até a cozinha, colocou-me na bancada e deixou um selinho nos meus lábios antes de se afastar. Céus!

- Ah, você sabe, só estava com a mente acelerada por uma certa mulher e um certo beijo. - Iniciou. - Era arrumar a árvore ou correr atrás de você no primeiro segundo que pisei em casa.

- Ia dizer que poderia ter corrido atrás de mim, mas eu adorei a decoração também. - Disse recebendo uma xícara de café. - Natal é a minha época favorita do ano, espero 11 meses apenas por dezembro. Até a energia inicial desse mês é mais confortável.

- Você acha? - Assenti animada. - Sempre preferi mais o réveillon.

- Por que?

- Natal é toda a família, réveillon é minhas filhas e amigos. - Explicou bebericando seu café. - E tem essa tia, ela se chama Ana e sempre acha um jeito de estragar todo o clima Natalino.

- Acho que todos temos uma tia Ana. - Afirmei. - O que ela faz?

- Ela espelha todas as próprias frustrações em todos nós, tipo, sem parar. - Riu sem humor. - Tenho quase certeza que ela tem algum transtorno de personalidade, na verdade.

- Não deveria convida-la então. - Disse simplória.

- Não é assim tão fácil. - Me abraçou pelo pescoço e entrelacei as pernas em sua cintura, ainda sentada. - E você, por que gosta tanto de Natal?

- Natal para mim é com amigos, desde antes da Turquia. - Ela me olha com tanta atenção que preciso respirar fundo para não corar. - Eu, Lorenne, Natália e Rosamaria sempre passamos juntas.

- Imagino que essa ano será um pouco diferente. - Enfatizou. - Com a Natália em São Paulo e a Rosa noiva, só será você e Lorenne. Ainda será bom?

- Será ótimo! - Deixou um beijo em minha mandíbula e riu pela animação. - Onde tem a Lorenne, tem a Juma também.

- Ué, por que?

- Longa história, elas são uma só agora. - Enunciei, seu rosto continuou confuso. - Ainda sim, seria incrível mesmo se fosse apenas eu! Eu amo as luzes de Natal, as crianças fantasiadas, as comidas e até o papai-noel meio patético nos shoppings.

- Quantos anos você tem mesmo? - Indagou rindo, se separando de mim quando uma pequena loira cruzou a entrada.

- A música, tia. - Apontou com a cabeça para a sala. - A gente queríamos começar. - "queria", Sheilla corrigiu. - Mas não era queríamos antes?

- Antes era, agora não mais. - Liz coçou a nuca confusa, mas optou por não se esforçar tanto para entender.

- A gente queria começar a música. - Reformulou a frase, olhando ansiosa pela aprovação da mãe, que sorriu largo e fez um joinha com o dedo. Tão lindas!

Coffee Break | SHEIBI Onde histórias criam vida. Descubra agora