XVIII

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                      Point Of View Gabriela

- Vamos, Juma, acorde logo. - Sacudi a garota mais uma vez, tirando o lençol de seu rosto quando tentou se esconder. - Lore, você prometeu me ajudar também.

- 8 horas da manhã, Gabi, nos deixe dormir. - Puxou o lençol de minhas mãos, colocando sobre a cabeça novamente.

- 8 horas da manhã do dia 24, é Natal! - Puxei Juma pelas mãos, colocando-a sentada e ignorando suas reclamações. - Eu divido minha melhor amiga com você e é assim que me retribui?

- E eu divido a minha namorada com você, não estamos assim tão diferente. - Levantou da cama para ir até o banheiro entre resmungos e reviradas de olho.

- O que quer? - A mais nova perguntou sentando na cama.

- Arrumar a casa, Lorenne. - Apontei para as paredes, quase nenhuma decoração ainda.

- Está muito enganada se acha que deixarei você enfeitar o meu quarto.

- E por que não?

- Não sei, só não é tão minha vibe transar com pisca-pisca e um papai noel me olhando. - Foi para o banheiro quando Juma saiu, sem dizer mais nada.

- O quarto não é só para transar. - Falei alto para que ela pudesse ouvir de lá.

- Primeiras semanas de namoro, Gabi, essa é a única coisa que fazemos. - E com essa informação, sai da cama. Me parece mais limpo me manter em pé. - Não fique com essa cara, você e Sheilla são iguais e nem namoram.

- Não namoramos ainda. - Enfatizei o "ainda".

- Isso é um tópico mais interessante que assunto de Natal. - Precisei me esforçar para entender o que minha amiga falava, escovava os dentes e isso não facilitou tanto. - Prefiro muito mais te ajudar a planejar um pedido do que encher nossa casa com um velhote barbudo.

- Não fale assim dele. - Ameacei-a, que apenas ergueu as mãos em rendição, voltando para o banheiro. - Tem pouco tempo que estamos ficando, não é o momento ainda. Quem sabe ano que vem?

- Pouco tempo ficando, mas se vendo todos os dias. - Juma afirmou. - Digo, quando você não está na casa dela, ela está aqui e quando não saem juntas, se isolam naquele sítio por horas. Quantas vezes saíram essa semana?

- Todos os dias, na verdade. - Ela está certa, nunca antes estive tão próxima de alguém. - Mas ainda sim, não é mesmo o momento. Namoro não é tudo, estamos bem como estamos.

- E o que é tudo? - Lorenne indagou, finalmente de volta no quarto.

- A verdade, claro. - Respondi, colocando a caixa com enfeites natalinos em sua cama. - Não precisamos de uma aliança no dedo ainda, não sei explicar, mas com ela não sinto que há pressa.

- E se ela estiver ficando com outras pessoas? Já conversaram sobre isso? - Juma perguntou rindo, ela sabe o que pensar nisso me causa.

- Não, não conversamos.

Isso não é sobre confiança, não é sobre respeito, nem sobre verdade. Isso não foi acordado, nunca falamos sobre isso e ela não estaria me traindo se o fizesse. Eu me sentiria decepcionada, não consigo nem achar outras pessoas atraentes desde que a conheci, mas ainda sim, não é uma traição.
Céus, Juma, já tenho problemas demais.

- Acham que ela pode estar conversando com outras pessoas? - Não quero verdadeiramente ter a resposta, preferia continuar sem cogitar essa hipótese.

Pare de querer chorar, Gabriela, nem mesmo aconteceu nada.

- Conversar? Isso seria o mínimo, né? - Lorenne continuou. - Ela pode estar, nesse momento, ficando com umas cinco pessoas.

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