Corte De Névoa E Vidro

Capítulo 2

Jade

Eu encarava o mapa dos territórios, com atenção, já faziam mais de meses.

Meses.

Eu não conseguia ao menos achar a fenda da muralha, não por falta de tentativas.

Mas estava em busca de um informante nesta feira.

Eu saltei em cima de um telhado, caminhando com graça em cima dele.

Nestha enchia a boca pra dizer que eu estava me tornando ao invés de uma mulher um moleque, mal sabe ela que os moleques são mais agradáveis que ela e seu incrível humor.

Para não dizer o contrário.

Depois de meses, eu estava fora, tentando achar uma maneira de passar pela muralha, e nesse tempo quando voltei com meu fracasso, descobri que Feyre havia voltado a mansão, mas depois de dois dias havia ido embora, em busca do "feérico" pelo qual ela se apaixonou.

A família não importa para ela?

Passei dias chorando de raiva e tristeza, ela ao menos perguntou por mim, segundo Nestha.

E não sei porque ainda estou procurando formas de passar por aquele maldito muro, se Feyre quisesse, estaria conosco.

Não acredito que ela se iludiu.

Com toda a certeza esse feérico não vale a comida que come.

Eu suspirei cansada, o informante não estava por nenhum lugar.

Já faziam seis meses, e nenhum sinal de Feyre.

Eu deveria desistir mesmo..

Eu cortei caminho para o palacete branco, palacete, haviam encontrado a fortuna de papai, segundo os seres que surgiram em nossa cabana para nos avisar.

Mas meu pai não tratava assuntos com feéricos, e aqueles dois que vieram avisar e trazer as barcas e nos levar para o palacete, eram feéricos.

Nestha e Elain estavam animadas, apesar de Nestha desconfiar um pouco, no fim ela aceitou, nosso pai chorou de alegria, chorou, nunca o virá chorar na vida.

Aquilo tinha dedo de Feyre, pois ninguém percebeu que aqueles dois seres eram feéricos além de mim.

Elain até disse que o rapaz era bonito.

Sendo que todos os dois tinham peles azuladas e avermelhadas.

Elas não conseguiam ver através de qualquer feitiço que fosse, mas eu via.

Eu cheguei ao palacete, sem qualquer mínima vontade de entrar, ouvir um interrogatório de Nestha e apenas um assentir de cabeça de Elain, que estava noiva.

Não sabia como ela aguentava a ideia de ter um homem mandando nela, eu se me casasse, o que nunca irá acontecer, no primeiro A que o homem soltasse para me ordenar eu matava.

Não nasci para alguém mandar em mim, jamais.

Eu subi no telhado do palacete com facilidade.

Ficando no lado escuro com sombra.

Por horas.

Até...

Até que vejo um ponto no céu, um não, três, três pontos negros no céu.

Até que desaparecem nas nuvens, pensei serem pássaros, mas... Não existiam pássaros daquele tamanho.

Vejo três vultos negros quase imperceptíveis cortarem o céu, mergulhando, mergulhando até o palacete.